Boy lixo

Boy lixo é aquele cara inacreditável de lindo e fofo que você acha na balada. Ele joga sujo: te beija sem parar, te abraça, passeia de mão dada com você, te faz mil elogios, te olha nos olhos, te faz se sentir especial e no outro dia faz tudo de novo, só que com outra. Ficar com um boy lixo é tipo comer uma lasanha inteira quando a gente tá de dieta: na hora é uma delícia, é incrível, mas no dia seguinte é um arrependimento enorme. Eu sou praticamente um para-raios para esse tipo. Muito raramente eu consigo resistir, mas eu também não dou mole. As regras do boy lixo são simples: respeite o prazo de validade de uma noite que eles tem, não caia na onda de apaixonadinho que ele inventa pra todas e, mesmo que não seja verdade, demonstre que não significou absolutamente nada. As minhas regras são ainda mais simples: eu vou quebrar todas as regras, vou bancar a chata apaixonadinha, vou correr atrás e gritar que fui usada. Feito isso eu me certifico de que ele realmente não tem nada de príncipe, apago contatos, corto relações, desapareço. Eu sofro por ter errado mais uma vez, mas sigo em frente e muito raramente tenho pique pra encarar um flashback. Isso porque, na grande maioria das vezes, realmente não significou nada, eu é que crio realidades paralelas na minha cabeça, o boy lixo é que foi usado para matar a minha sede insaciável por problemas.

Assim foi nesse sábado, eu e meu dedo podre escolhemos o garoto mais inocente do planeta pra tirar uma onda, eu tava muito afim de arrumar problema, ele foi o eleito. O garoto mais inocente do planeta era (muito) fofo, (muito) lindo, foi maravilhoso. Tirando a parte que ele me deixou em casa e foi dormir com outra garota. Simples assim. Esse me surpreendeu, porque em geral há um intervalo mínimo de, sei lá, 12h no mínimo. O intervalo dele durou, sei lá, alguns minutos. Trágico, porque ele tinha um potencial incrível. Prático, porque eu vou apenas rir da situação e acelerar o processo de tirar qualquer lembrancinha fofa e boba que eu tiver dele. Engraçado, porque todos nós sabemos: eu sou muito pra ele. Nunca, nem nos seus melhores sonhos, ele achou que iria ter uma chance dessas, de me pisar, eu tenho certeza. E nunca, nem nos meus piores pesadelos, eu me imaginei me vendendo fácil pra ele. Foi muito fofo, muito bom, mas já foi, já deu, já chega. Eu não tenho fôlego, paciência ou estomago inflar mais um ego, chega, bastou o fim de semana. Eu espero que ele vá, continue, divirta-se com todas essas garotinhas bobinhas, plásticas e sem conteúdo, que curta bastante, só se vive uma vez, tem que se jogar mesmo. E espero que ele realmente não sinta absolutamente nada de mim, ele já teve mais que suficiente.

Denyse Barrêto
Enviado por Denyse Barrêto em 25/06/2012
Reeditado em 26/06/2012
Código do texto: T3744166