A Caneta e o Papel

A CANETA E O PAPEL

Era uma vez uma caneta em sua configuração física não havia nada de diferente das outras canetas, a não ser seu estilo próprio sua altivez e sua imponência quando se defrontava com uma folha de papel não menos imponente, branca lisa e limpa.

Foi num dia de verão, bem ensolarado que a caneta se defrontou com uma folha de papel, foi aí que começou a nossa estória da qual eu fui expectador, passando mais tarde para mediador pois notei que se assim não fizesse esta briga não teria fim.

Tudo começou quando a referida caneta, falou e ordenou ao papel que fosse impressa que no mundo a onde todos nós habitamos se tornaria um caos se continuássemos a ser pacíficos e ordeiros seguindo todas as determinações ditadas por aqueles que tem a missão de nos conduzir.

Imediatamente a folha de papel recusou-se a registrar , tal informação pois sabia que isso incitaria com mais veemência os agitadores pelos lugares por onde ela involuntariamente passasse, alegando ainda que essa informação não ajudaria em nada, a crise que todos nós atravessamos. Quase que automaticamente a caneta retrucou e furiosa ameaçou caso ela não o atendesse, ela o destruiria, rabiscando em toda a sua extensão inutilizando todos espaços a onde ela através de uma outra caneta pudesse imprimir uma outra mensagem..

Mas a folha d papel não se intimidou, e lhe respondeu na mesma altura e no mesmo tom de voz. Que ela preferiria ser inutilizada , até mesmo ser destruída mas não cederia em seus propósitos, pois sabia que mesmo através de sua destruição a sua convicção seria lida e não morreria jamais, pois enquanto existissem canetas desprovidas de qualquer respeito humano, existiriam folhas de papel que resistiriam a essa intolerância e a esse desrespeito pela paz.

A caneta vazando tinta de ódio, sabedora que sem o consentimento da folha de papel não poderia mandar sua mensagem pois depende diretamente dela falou: Se discordar de minhas idéias, dita que transcrevo pra você ! A folha de papel exitou pois sabia que depois que a caneta despejasse sua tinta em cima dela, pouco poderia fazer para mudar a configuração das letras que em cima dela fossem desenhadas e que depois que tinta penetrasse em sua celulose nada mais poderia ser feito.

Então ela falou: não é necessário que dite, pois sabedora que sou que na natureza nada se perde tudo se transforma, existe a esperança que mesmo sem ditar, um dia tu me proponhas para que juntos possamos mandar uma mensagem de esperança para toda a humanidade, façamos o seguinte: continues na tua caminhada irreverente, quando tu encontrares a verdade venha até mim e eu transcreverei tudo que quiseres.

Vá e junte-se aos inconseqüentes do verbo, aqueles que tem a condição de escrever para construir e não o fazem. Vá e quando não houver mais ninguém que te possa ler ou ouvir, quando tu sentires o sabor da discórdia e do sangue que tu ajudaras a derramar, então verás a tua inutilidade e decorrente dessa compreensão tu voltarás a me procurar para que juntos possamos transmitir e mandar uma mensagem de esperança e de otimismo para todos que carecem de uma palavra de incentivo de apoio e de amor.

A humanidade depende de nós, se mandarmos uma mensagem positiva os mais carentes sobrepujaram suas dificuldades, os estáveis manterão cada vez mais sua estabilidade e os inconseqüentes pensaram mais de uma vez antes de tomarem uma atitude que possa prejudicar a ele e a seus semelhantes.

O Criador nos fez um dependente do outro para que unidos pudéssemos construir alguma coisa, chegar aonde às vozes humanas não podem ir . Esclarecer aonde as dificuldades de transporte imperam, falar para aqueles que não podem ouvir, enfim se Deus criou é para construir, nunca para destruir.

Everson Ferreira Leite