CARTA DE AMOR

CARTA DE AMOR

(RETRATOS VULGARES)

“...são ridículas as cartas de amor”

(Fernando Pessoa)

“Querido Zezinho.

Estou desesperada!

Depois que rompemos nosso noivado, entrei depressão e não tenho mais vontade de viver. A angústia que sinto é um pesadelo que não acaba e me persegue, de dia e de noite.

Estou tão arrependida e com uma grande saudade de você, dos seus carinhos e dos seus beijos. Não sei o que será de mim, sem você, o único amor da minha vida.

Não sei que loucura me levou (*) a romper com você. Uma briguinha boba, por causa de seu ciume de um garoto boboca que mal conheço mais o meu brio de moça séria e uma TPM descontrolada puseram na minha boca a nossa separação.

Vejo agora a estupidez de minha atitude. Joguei fora os meus sonhos de mulher apaixonada; e todo o futuro de uma vida a dois, sonhada no mais puro do meu amor por você.

Volte, Zezinho. Me dê(*) uma chance. Jamais serei de outro homem. Não posso viver sem você.

Marilda.

PS. Parabéns pela herança de sua tia.”

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(*) Contrariando a regra, preferi a forma coloquial (“me levou” e “Me dê”), para não enfraquecer o texto.

José Eurípedes de Oliveira Ramos
Enviado por José Eurípedes de Oliveira Ramos em 12/02/2007
Código do texto: T378366
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