Adeus

“Se for quente, que derreta rochas,

Se for gélido, que resista mais que diamantes”

Foi este o fim da carta. Este foi seu ponto final. De malas prontas foi seu adeus. Trancado em uma caixa de chumbo, metade de seu coração pulsava como em desespero pela vida, em esperança e angústia. Em seu peito, a parte petrificada indicava o caminho, uma rua escura, um jardim sem flores, luminárias sem luz. Não há respostas, é uma reação. Não da pra entender, quando não se quer entender. Evitou de olhar pra trás. Encharcava seu chapéu aquela tempestade, ofuscavam sua visão os relâmpagos e atormentavam seus ouvidos os trovões. Era muito mais forte agora, outro gole quente e amargo, e outra tragada no que chamava de paz. Um assassinato a longo prazo.

Siid
Enviado por Siid em 21/08/2012
Reeditado em 12/07/2013
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