FAROESTE - Cap -5

Sobe pseudönimo de J.G.HUNTER.

Capítulo Quinto

“Um homem fora de suspeita”

— Xerife! — gritou MacGreen apressadamente pela delegacia. O xerife levantou os olhos, assustado.

— Calma senhorita! Não estou nos meus melhores dias — foi logo dizendo — Tenho muito trabalho! Aquele trem não esta me deixando em paz, portanto, não estou disposto em ouvir suas cobranças e seu mau humor.

Helen MacGreen olhou para ele por alguns instantes. Com a voz moderada, porém, perspicaz, indagou:

— O que houve novamente naquele trem, xerif¬e — fitando-o de uma maneira estranha que ele mesmo ficou intrigado.

— Três mortos! Um no banheiro, um jogado para fora do trem e o tesoureiro do banco, Jonatan Mills, degolado! Satisfeita? Ou ainda acha que seus problemas são maiores do que os meus! — frisou.

— Não digo que são maiores, xerife, mas na pauta dos acontecimentos os meus estão em primeiro lugar. O senhor ainda não resolveu o primeiro massacre naquele trem, portanto... — e fez uma cara de cinismo.

— Olhe...

— Creio, também, que não sabe de seus auxiliares, não é mesmo?

— E, por acaso, a senhorita sabe!

— Sim...

— Onde estão aqueles dois incompetentes quando mais preciso deles, senhorita? Vamos, diga-me! Já que sabe de tudo!

— Mortos!

— Mortos!

— Simon os matou! Ele invadiu meu rancho, queria matar a mim! Estava a me perseguir e seus dois auxiliares o pararam. Coitados... — riu ela —, nem viram quando Simon sacou...

— Quando ocorreu isto, senhorita? — indagou assustado com a notícia.

— Ontem pela tarde perto do meu rancho. Não sei o que seus homens estariam fazendo por lá — arrematou MacGreen.

— Nem eu, senhorita. Desculpe, estou com os nervos à flor da pele e sozinho nesta delegacia e ninguém para uma ajuda — reclamou o xerife passando as mãos pelos cabelos.

— Depois de matá-los, ele voltou ao meu rancho à noite, matou seis de meus homens e eu dei um bom tiro no ombro dele, deve estar sangrando e muito por aí.

— Meu Deus, senhorita, que noite, hein! — exclamou parando um pouco do que estava fazendo, pois remexia num tique nervoso, alguns papéis — Há alguma coisa que eu não saiba e que gostaria de dizer?

— Sim. E muitas! Mas acho que o senhor já deve estar sabendo de algumas coisas. Simon disse a mim que Chambord faz negócios escusos, ele sempre trabalhou para Chambord, conhece todos os negócios dele. Sempre que alguém pega uma grande quantia no banco de Chambord o cliente é assaltado e o dinheiro volta para Chambord novamente e por isso um banco com tanta inadimplência nunca vai à bancarrota. O assalto ao meu pai foi planejado por Chambord. Simon quis passar a perna nele e acontece que nenhum dos dois pegou o dinheiro.

— Santo Deus, senhorita!

— Ele disse que Chambord mandou os irmãos Kents pegarem o dinheiro do meu pai, mas Simon tentou passá-lo para trás e seus homens entraram na cabine errada. Depois, os Kents fizeram o mesmo, porém, alguma algo deu errado. Simon e seus homens mataram ao Kents. O dinheiro do meu pai sumiu do banco ao trem!

— Oh, Deus, senhorita, que confusão! Nem eu como xerife, descobri tantas coisas assim em minhas investigações. Porque ele esta atrás da senhorita?

— Quando meu pai saiu do banco para pegar o trem, somente eu, George Benedict, o tesoureiro do banco, e Chambord, sabíamos que meu pai levava aquele dinheiro. Eu e Simon suspeitamos de Ben e fomos até o rancho dele e vimos o dinheiro lá. Simon atacou-me e eu fugi.

— Não encontramos nada por lá! Ben está morto!

— Morto...

— Sim! Chambord o matou. Ele e Simon conversavam alguma coisa parecida com o que acabou de dizer. Creio que Chambord fez uma queima de arquivo. Queria matar Simon também, mas ele foi esperto.

— Por que foi até lá, xerife!...

— Chambord disse que Ben queria depositar cinqüenta mil dólares no banco dele. Pensei que, então, ele tivesse alguma coisa com o assalto no trem... foi induzido por Chambord. Mas o dinheiro não estava lá!

— Estava sim — e riu.

— Esta sabendo de muita coisa, senhorita... Por que, então, não o encontramos!

— Simon atacou-me e saiu com o dinheiro nos alforjes. Quando vocês chegaram, ele instigou o cavalo dele rumo a mim. Eu estava escondida entre as árvores. Então, retirei o dinheiro e o levei para um lugar seguro, por isso, ele esta atrás de mim. Eu quero o que meu pai pediu emprestado a Chambord. Vou devolvê-lo e não mais terei meu rancho penhorado como Chambord faz com todos os rancheiros. Ele devolve os papéis do empréstimo e eu devolvo o dinheiro e isso na presença de testemunhas!

— Minha nossa! Minha cabeça vai explodir a qualquer momento. Por isso, então, não encontramos nada lá. Muito esperto o senhor Simon — e riu.

— Ele se safou na cara de todos.

— Mas até que foi bom isso acontecer. Caso contrário, a senhorita não teria o dinheiro. Chambord fatalmente o tomaria para si.

— É verdade!

— Vamos conversar com o juiz. Ele obrigará Chambord a devolver os papéis e entregaremos o dinheiro a ele. Certo!

— E quanto a Simon?

— Vou dar ordens para prendê-lo!

— A quem!

— Tenho que arrumar dois auxiliares. Urgente!

— Tem que prender Chambord também e não vai ser fácil.

— Sei disso, senhorita. Eu pedirei ajuda à Dallas no Texas pelo telégrafo. Eles podem enviar para cá alguns Rangers.

— Faça isso e bem rápido! Chambord e Simon não medirão esforços para conseguirem seus objetivos. E, tome cuidado!

— Tem razão, senhorita MacGreen.

— Xerife — disse ela, como se tivesse uma idéia brilhante.

— Sim — resmungou.

— Seria possível o senhor conseguir a lista dos passageiros daquele trem. Isto é, quando ocorreram os dois assaltos...

— Bem, claro que eu poderia pedir a ferrovia...

— Não quero encher mais a cabeça do senhor, veja se nas duas listas esta o nome de Timoty Jocob.

— Timoty Jacob! — exclamou — Ele é um simples barbeiro, senhorita! Não faz mal a uma mosca e só gosta de jogar cartas para matar o tempo.

— Pressionava Ben para receber seus créditos e quando meu pai embarcou naquele trem ele estava na estação e entrou junto com meu pai. Todos sabem pela cidade que ele é muito “sortudo” no jogo de cartas e que possui certos bens para um homem tão simples assim... praticamente, é mais um banqueiro debaixo dos panos nesta cidade. Quando ele chegou à cidade, não tinha onde cair morto. Hoje tem uma bela casa e mais algumas por aí e uma excelente barbearia, além de freqüentar a alta roda da cidade. Qualquer pessoa nesta cidade quando não deve alguma coisa a Chambord... deve a ele.

— Não posso tirar suas razões, senhorita. Já precisei dele! Eu mesmo devo a ele certos favores. É muito prestativo... e...

— E?

— Sempre vai a Dallas! Acho que tem parentes por lá... creio.

— Poderia pedir alguém em Dallas para averiguar suas idas por lá? O que ele teria de tão interessante em Dallas que sempre viaja até lá!

— Senhorita, eu sei que esta numa situação difícil e tenta de todas as maneiras solucioná-las, mas não deve simplesmente sair atirando por todos os lados assim. Vamos com calma. Ele contribui e muito para as obras da igreja e tem uma imagem limpa na cidade. Não mataria uma mosca.

— Eu sei xerife. Mas não pode me tirar o direito de tentar desvendar esses misteriosos assaltos — ponderou MacGreen andando pela sala —, alguém esta fazendo isso, concorda! Mas, quem? Ele entrou no trem com o meu pai... eu havia me esquecido disso. Se, por acaso, ele tiver alguma coisa com tudo isso... não sei como ele soube.

— Seu pai fez a barba lá antes de viajar... Verifiquei!

— Então... pode ter sido ele ou alguém do banco.

— Como assim...

— Eu e meu pai estávamos na tesouraria e o tesoureiro contou o dinheiro na nossa frente do lado de dentro daquela grade e bem na nossa cara. Como o alforje do meu pai não tinha fivelas para fechá-lo direito, o tesoureiro propôs emprestar um outro alforje surrado e mais discreto... depois o meu pai o devolveria. Então, ele saiu para um lado e não o vimos mais e ele voltou com o alforje velho e mais seguro e colocou todo o dinheiro dentro dele e isto bem na nossa frente. Depois, ele foi para a porta de saída da tesouraria, não o vimos por questão de segundos e ele apareceu do lado de fora e nos entregou o alforje. Não o abrimos mais! Creio que poderíamos ter levado outro alforje preparado antecipadamente para nós e meu pai foi morto à toa!

— Tem uma mente brilhante para supor os fatos, senhorita. Mas tudo isso é mera suposição.

— O senhor é o xerife da cidade. Poderia entrar naquela tesouraria e ver se há algum alforje pendurado nas paredes ou atrás da porta.

— Ele lhe devolveu dois alforjes, o do seu pai e o outro cheio de dinheiro?

— Sim. Um dos vaqueiros levou um para o rancho e meu pai levou o que continha o dinheiro. Segundo, Simon, os dois homens dele entraram na cabine errada, portanto, creio que havia duas pessoas interessadas no dinheiro... ou três.

— E pelo que já me disse, cada um estava tentando chegar primeiro.

— Certo!

— Ainda não vejo como o senhor Jacob se encaixa nessa história, senhorita. Suponhamos que ele tenha alguma coisa com tudo isso... mas onde se encaixaria? Simon, sim, trabalhava para Chambord e cansado dele tentou dar seu golpe. Chambord, bem... suponhamos que também faça seus negócios escusos mandando Simon por aí com seus homens assaltar a quem retirasse dinheiro do seu banco... mas... Jacob! Não estou conseguindo encaixá-lo na história.

— Mas esta sempre por perto. Temos que saber o que ele faz em Dallas.

— Vou averiguar isso com cuidado...

— Tudo bem! Obrigada, xerife.

*****

O velho doutor, Samuel Smith, montava meio à socapa em seu cavalo numa rua lateral à sua casa. Demonstrava não querer ser visto. Helen MacGreen o observava ao longe fingindo verificar alguma coisa no arreio de seu animal. Depois, montou em seu cavalo e o seguiu disfarçadamente. O sol se punha. A noite não demoraria a chegar.

Sempre olhando para trás para certificar-se de que não era seguido o médico pegou uma trilha rumo às montanhas. Quase uma hora depois parou no sopé de uma colina entre os arbustos. Olhou novamente ao derredor. Amarrou seu cavalo, apanhou sua maleta e desapareceu por entre as árvores.

Um lampião iluminava a rústica e pequena cabana.

— Demorou um pouco, doutor... pensei que não viesse — reclamou Peter Simon estirado numa velha cama.

— Tenho muitos clientes, senhor Simon! E quando eu recebi o recado não podia simplesmente sair às pressas.

— Nem por cem dólares! Ninguém lhe paga isso por uma visita, seu miserável! — reclamou novamente Peter Simon.

— O senhor pediu sigilo absoluto em seu bilhete.

— Eu me esqueci desse detalhe...

— Deixe-me ver isso! Perdeu muito sangue, mas não atingiu nada de essencial aos movimentos de seu braço. Teve sorte! Ficará um pouco sem força nele e terei que imobilizá-lo por um bom tempo.

— Não posso ficar muito tempo sem ele, minha vida depende dele.

— A bala não esta aqui. Deve ter sido de raspão, mas arrancou um pouco de carne — e riu. — Vou fazer um curativo, pois já esta passando de hora. Mexa os dedos.

— Ai — gemeu Simon ao mover os dedos.

— Acho que nada está comprometido. Vim preparado para amputar um braço, se preciso. Foi apenas um susto.

— Quanto tempo com o braço paralisado? — indagou Simon.

— No mínimo duas semanas.

— Duas semanas!

— Se não quiser ficar com alguma seqüela, a bala raspou o osso. Terá que ficar bastante quieto até tudo voltar ao normal e fechar este buraco.

— É muito tempo.

— Por que não dá um passeio por aí... saia de circulação.

— O que esta acontecendo na cidade? Alguma coisa interessante! Ai.

— Eu sou um doutor, não ando por aí bisbilhotando a vida alheia.

Simon apalpou com a mão esquerda debaixo do travesseiro. Um revólver apareceu em sua mão e o apontou para o rosto do médico.

— Não quer dar sua última consulta, não é mesmo!

— É um homem mau, senhor Simon. Eu tentando salvar o seu braço e...

— Cale-se! O que esta acontecendo? — perguntou nervosamente Simon engatilhando a arma.

— Sem a minha ajuda o senhor não sobreviverá por aí e se me matar, a senhorita Helen MacGreen fará picadinho do senhor — disse calmamente o médico. — Precisa de remédios e cuidados, senão, talvez fique com uma boa seqüela neste braço.

— O que tem a senhorita MacGreen com tudo isso?

— Ela estava conversando longamente com o xerife. O senhor e o banqueiro Chambord estão na boca do povo pela cidade. Creio que deveria baixar esta arma e agradecer por ter vindo aqui — demonstrando não se importar muito com o revólver em sua cabeça. — Terá que ficar com o braço assim e sem movê-lo.

— Por que razão tal encontro dela com o xerife?

— Não sei ao certo. Acho que houve outro massacre naquele trem e o xerife vai ter que jogar duro agora. Se não precisa mais de mim... tenho outros clientes para atender. Voltarei daqui a uma semana.

— O que houve no trem? — perguntou Simon curioso.

— Três homens mortos, e, dentre eles, o tesoureiro de Chambord degolado. Ninguém sabe quem fez isto. Esta havendo muitas mortes pela região e pelo que ouvi de meus clientes a população esta pressionando o xerife e virá reforço de Dallas, alguns Rangers. Ah... tome este remédio, dormirá um pouco e aliviará esta dor — entregando-lhe um pequeno vidro.

— Por favor, pegue um pouco de água para mim, com uma mão só é meio difícil — pediu Simon sendo obedecido. Simon apanhou o caneco com a mão esquerda e começou tomá-lo deixando sua arma ao lado.

— Sabe senhor Simon — disse o médico assentado na beira da cama, falava pausadamente como se não tivesse pressa alguma —, eu já atendi milhares de pessoas durante minha longa vida como médico pelo Oeste. Quando eu era jovem, perto de Dallas, uma de minhas pacientes já no leito de morte contou-me uma história fascinante. Esta senhora disse-me que dois irmãos nos arredores de Dallas há uns bons anos atrás, havia usurpado de suas terras, matado o marido dela e seus filhos e estuprado sua filha que morreu também. Minha paciente somente escapou por que mesmo ferida pulou de uma escarpa e caiu dentro do rio e sumiu nas águas... ficou sem nada e morreu a mingua.

Anos mais tarde socorri uma jovem que foi estuprada por dois irmãos... ela tinha poucos mais de quinze anos. Jurei a ela que os pagaria! Quando as coisas ficam muito sérias para o lado deles em uma região, eles se mudam e trocam de nomes e de cidade e começam tudo de novo. Há poucos dias em meu consultório uma cliente, confidenciou-me, reconheceu um dos algozes que mataram seus pais há pouco tempo e ficou calada, não tinha provas ainda. Somente disse a mim quem era e que ele deveria ter uma cicatriz bem aqui nas costas como esta que o senhor tem. Ela apareceu morta há poucos dias...

— Eu... eu... é... é...

— Isto, senhor Simon, pode gaguejar a vontade... O senhor irá dormir para sempre, seu desgraçado! Aquela jovem era minha filha! Eu os procuro por longos anos! Vocês mudam de caras e deixam e tiram as barbas, cortam os cabelos... Um deles, muito elegante, foi visto andando com o senhor Chambord em Dallas — Simon estrebuchava pela cama e o olhava com os olhos arregalados. — Eu vou fazer igual a vocês, silenciosamente! Seu irmão, nosso honorável barbeiro, um homem acima de qualquer suspeita, mas que se enriquece a cada dia com suas trapaças... um dia precisará de uma consulta minha e eu estarei lá para servi-lo. Passe bem, senhor Peter Simon — preparou-se para sair.

— Conte-me esta história direito, doutor Smith! — ordenou Helen MacGreen plantada na porta apontando-lhe uma arma. O médico não pareceu assustado em ouvir àquela ordem. Parecia até mesmo aliviado pelo que havia feito e dito.

— Se a senhorita estava aqui o tempo todo deve ter ouvido a história.

— Boa parte dela...

— Não deve, então, ter perdido muita coisa.

— Esta voltando à cidade? Iremos junto boa parte do trajeto. Estou indo para o meu rancho, conversaremos pelo caminho.

*****

Na manhã seguinte Helen MacGreen entrou pela delegacia.

— Na mosca, senhorita! — exclamou o xerife mostrando a ela a lista de passageiros.

— Hum... cabine dez, vizinha a que meu pai estava — murmurou MacGreen ao ver a folha de papel em suas mãos.

— Ele sempre vai a Dallas.

— Antes que me diga algo tenho mais uma surpresa a lhe contar...

— Então, diga...

— Peter Simon e irmão de Timoty Jacob.

— Como sabe disso!

— Bem — riu ela —, tenho minhas fontes, xerife. Eles são perigosos e sem escrúpulos, mataram muita gente perto de Dallas e em outras cidades. Jacob, com aquele ar de “tenha piedade de mim” é frio e sanguinário e um jogador fraudulento, depena suas vítimas e já viveu como mágico algum tempo. Tem maestria com as mãos. Tanto ele como Simon possuem bens em Dallas e várias mortes nas costas.

— Sabe onde esta Simon?

— Morto!

— Você...

— Não! Não fui eu! Mas não posso dizer quem foi.

— Isso pode lhe causar problemas com a lei, senhorita.

— Se eu disser quem foi alguém poderá matar o autor desta façanha. Vim aqui para saber o que o senhor fará. Poderá haver mais mortes. Temos que vigiar Jacob e Chambord.

— Estou sozinho. Ninguém quer aceitar o cargo de auxiliar de xerife. Pressão de Chambord.

— Foi ao Chambord Bank conferir os alforjes?

— O banco esta cercado por homens fortemente armados! Eu sou apenas um pobre xerife com um velho Winchester. Dallas não tem Rangers disponíveis para nós. Vai demorar alguns dias.

— Hum... só notícia boa, hein! — brincou MacGreen andando pela sala. — Bem, então, acho que só resta nos dois para enfrentá-los. Há algum impedimento em nomear uma mulher sua auxiliar?

— Santo Deus, criatura! Nunca ouvi falar que uma mulher, quer dizer, uma senhorita, fosse auxiliar de um xerife!

— Tem algum impedimento?

— E mesmo se tiver senhorita, não tenho muita escolha. Senão, morreremos! Sabe dos riscos que estará correndo?

— De todo jeito eu vou pegá-los! Quer ajudar-me ou quer ajuda!

— Não quero ser culpado de colocá-la na linha de frente. Por que não façamos o seguinte: poderia auxiliar sem ser “oficialmente” minha auxiliar... assim teria mais liberdade para agir!

— Como quiser xerife.

— O que pretende fazer?

— Para todos os efeitos irei para Dallas. Peça ao juiz para que devolva para Chambord os cinqüenta mil dólares que meu pai levava naquele trem. Direi que o dinheiro estava no rancho e eu não sabia dele.

Lucas Durand
Enviado por Lucas Durand em 22/02/2007
Reeditado em 22/12/2009
Código do texto: T389179
Classificação de conteúdo: seguro
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