PÁSSARO FELIZ
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Quatro horas da manhã, o galo canta, é tão comum aos ouvidos que passa batido os pormenores desses eventos naturais e rotineiros. Vou para o fogão fazer um café, talvez chá, vou pensando quando chegar à cozinha decido. Quase todos dormem, e o que chama minha atenção é o canto de um pássaro. Entre os có-có-ri-cós, coaxes sapísticos, seu canto é sublime, onipotente e viril. Parece um cantar de cheguei e daqui ninguém me tira. As notas parecem às mesmas, engano não são, têm um quê diferente. Percebe-se tristezas e alegrias na tonalidade. A felicidade faz nosso cantor empolar o peito e soltar a voz com a mesma exatidão de sempre, sem desafinar. Percebe-se que ensaiou quase toda sua vida. Anuncia como nenhum outro, a chegada do sol. Aos poucos o novo dia vai clareando a pequena mata. Percebi mesmo na chuva seu canto é o mesmo. Não se importando com as penas molhadas, como se dissesse: Obrigado criador por eu estar vivo. E a felicidade estendia-se pelo ninho, sua companheira e seus filhotes, todos famintos. Sua companheira olha para ele e parece dizer. Toma conta deles, vou buscar alimentos, você já fez sua parte cantando pra nós. Não pensam em dinheiro, na bolsa de valores. É mesmo, passarinho não pensa. (Será mesmo?). Noto seu canto entristecer, quando não vê a companheira no ninho. Seu canto é apreensivo, de chamamento. Afinal muitos gaviões no pedaço, nos dois sentidos. Feliz ela volta trazendo no bico, comida para seus rebentos. O pássaro solta a voz, o canto mais bonito da mata, novamente agradece ao criador por ela estar sã, salva e viva. Sua melodia pode ser intitulada de – O Canto do Amor.
 
Billy Brasil – 20-10-2012 – 05,06 hs – sábado – pqi-sbc-sp