COR CINZA...

Esse não é um  bom conto para um dia de domingo...
mas, as almas apresentam-se de várias formas.


Ele observava a vida do jeito mais sem graça que
um ser poderia ver e sentir.
Da sua janela, tudo o que ele via não tinha colorido.
...Como um protesto da sua alma que em nada via qualquer encanto, e ele seguia a vida simplesmente por viver...
Nem pelo lado de dentro da casa, e nem fora da casa, esse homem encontrava uma real alegria, razão forte para fazer uma poesia sequer, nada... nem para falar  de sonhos, de desejos prontos pra serem vividos, em nada disso ele acreditava... apenas vivia, cético de tudo.
Mesmo assim, vivia, com empenho admirável as coisas
normais do dia a dia... família, esposas, filhos, conciliava  
o trabalho, e até sucesso nos negócios e com mulheres.
Participava de tudo, porém um espectador silencioso...
apenas. Sorria, brincava, não, ele não tinha qualquer aspecto depressivo, simpático, boa gente, honesto, bom, porém a sua alma em nada existencial  acreditava, ele sempre dizia... tudo isso que estamos vendo aqui... é pura ilusão, nós não temos certezas de 
nada, as nossas emoções são puro reflexo imaginário
do nada e do medo do nada, porque nada somos.

 
AURENYEVA POULAININSKY-Ministra dos Sonhos
do Reino de Gorobixaba.