O CASTELO




Volnei R. Braga

Que Deus nos proteja:
Disse o Rei, a seus soldados:
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No momento que se preparavam para lutarem contra um inimigo terrível, que em maior numero se preparava para invadir o castelo:
O Rei, reuniu seus poucos soldados e disse a eles, que eram livres para irem enquanto houvesse tempo, era só saírem pelas passagens secretas nos penhascos ao lado Sul do castelo, pois o inimigo jamais atacaria por ali, mas seus soldados se recusaram, pois eram fieis a seu Rei e jamais o abandonariam, pois o Rei era bondoso e justo, governava seu Reino com justiça e sabedoria, sem jamais maltratar quem quer que fosse.

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Então o Rei rezou e pediu a Deus:
Por seus homens:
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Dizendo que ninguém, deveria perder a vida naquela dura e sangrenta luta que se avizinhava, a noite caia lentamente sobre a terra, trazendo com ela densas e negras nuvens, pronuncio de uma violenta tempestade, raios e trovões cruzavam o espaço.
O Rei em suas preces pedia por um milagre, não por ele, mas por sua esposa, e seus soldados, como não tinha filhos, cada soldado era um filho seu.
A noite foi lenta e angustiante, a chuva varou a noite e a maior parte do dia, quando a chuva passou, o Rei e seus soldados no muro do Castelo olhavam o vale lá embaixo onde o inimigo devia estar, a espera do momento certo para atacar.
Não se via ninguém, cavalos e soldados haviam sumido, apenas o Rei inimigo de joelhos ao chão,
enfrente ao portão do Castelo pedia licença para entrar.
Pois queria lhe pedir perdão:

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O Rei olhou para o céu e disse:
Obrigado meu Deus, o senhor ouviu:
Minhas preces:

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O bondoso Rei desceu ao portão do Castelo e estendeu a mão para aquele Rei, que humilhado, e de joelhos lhe pedia perdão, o ajudou a levantar-se, e perguntou? Onde estão, seus soldados, o Rei inimigo respondeu, que alguns foram levados pela fúria das águas que desciam dos penhascos, outros conseguiram fugir, do que eles diziam ser um castigo de Deus.
O bondoso Rei, o convidou a entrar e serviu-lhe uma refeição e disse que ele poderia passar a noite ali, e que na manhã seguinte poderia partir, o Rei vencido chorou muito durante a noite, e quase não conseguiu dormir, pois esperava ser confinado em algum calabouço para o restos dos seus dias, e que jamais voltaria á ver seu Reino novamente, na manhã seguinte levantou-se e se preparou para partir, deixando sob o leito sua espada e sua armadura, e fez um juramento: jamais lutar por cobiça , e a partir daquele dia só lutaria pela verdade.
Quando chegou ao portão do Castelo, encontrou o Rei anfitrião que estendeu lhe a mão e lhe disse, eis seu cavalo, podes ir tranqüilo, pois, meus soldados o acompanharão até a fronteira de nossos Reinos, o Rei vencido chorou emocionado, e no momento que se acalmou disse, se o Senhor meu Rei, me permitir eu ficarei por aqui e serei mais um soldado a seu serviço.
O Rei perplexo lhe perguntou? E o seu Reino, o rei vencido respondeu. Eu tenho um filho e ele é um bom Príncipe, e saberá governar meu país com mais sabedoria e com mais justiça que eu, pois sempre fui um mau Rei. E como sei que ele terá Deus a seu lado, ficarei tranqüilo.

O Rei anfitrião abraçou o velho Rei vencido e disse, o Senhor ainda é um Rei, e, eu não poderia aceitá-lo como um soldado. Mas, eu o convido para que seja meu hóspede pelo tempo que você quiser, agora venha e vamos até capela, agradecer á Deus pelo milagre a nós concedido.
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Esse é apenas mais um conto:
E um final feliz:
Como deveriam ser todas ás guerras:
Sem sangue inocente derramado:
Embora todos sabemos que guerras:
E homens maus:
Continuarão a semear a discórdia:
Pelo mundo:
Sem se importar quantas vidas,
terão que ceifar:
Eu peço...
A Deus que em sua infinita bondade,
Derrame sobre eles sua fé, sua esperança:
Para que a paz seja um fato,
não uma mentira:
Eu,o Rei e seus soldados, rezamos pela paz:
Que assim seja: