Enquanto não se vive de música põe-se música no resto.

Quando eu tinha lá meus dezoito anos, trabalhava em um colégio (ironico, levando em conta meus sentimentos quanto às crianças) fazendo de tudo um pouco, eu realmente odiava aquele trabalho mas odiava ainda mais a falta de dinheiro para minha cerveja de todos os dias.

Eu era o único ser diferente naquele colégio, tanto entre funcionários quanto em alunos, então todos me olhavam de forma estranha, deviam passar os dias pensando o quê era diferente em mim, se era minha sexualidade ou se era os sacrifícios animais em rituais satânicos, nenhum dos dois, a diferença era que eu não me importava em agradar, então ao invés de na hora do almoço me juntar e discutir futebol (coisa que prefiro fazer com os amigos numa mesa de bar) eu oubava a chave da sala de música e passava a hora de almoço tocando peças clássicas naquele velho piano completamente desafinado e com um dó, um lá e um fá sustenido quebrados, eu amava minha hora de almoço e era básicamente o ponto alto do meu dia, infelizmente o capitalismo odiava Beethoven, Mozart e Bach e tirou de mim o piano e concequêntemente meu trabalho.

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Enviado por t em 06/03/2007
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