A menina que não dorme...

A menina que não dorme...

No tear...No tear...No tear... Ou no altar dos místicos-cristais-índigos, em experiências sensoriais...Brinda com seres celestiais e quer voltar para o mato! ...Nos quintais, encontra estrelas-bailarinas nas pontas, com sapatilhas-rotas, desgastadas pelo tempo, brinca de esconde-esconde... Encontram-se pela luminosidade!... Nesses encontros de luz, nos desejos de mais brincadeiras...

Chove!...Sempre chove!...Sempre chove!...Sempre chove!...

Arranca as poucas vestes, e descalça...Baila! Baila! Sentindo a liberdade da chuva, num chão de estrelas, joga águas nelas...Gritando, cantando e sorrindo: Vou iluminar teu brilho! E meninas-estrelas, ensopadas, escondidas, uma sobre as outras, atrás do tronco da Pitangueira, só com olhares e sorrisos marotos, gritando...Todas ao mesmo tempo..."Canto-estelar, uníssono"...Apaga, Apaga...Apaga...Apaga!... Tenta apagar meu brilho! Somos Luz, esqueceste?! Melhor acender à luz da tua casa, que foi cortada por príncipes medievais, gnomos, fadas e duendes, nas ilusões dos teus sonhos, dormidos-acordados, pelos mágicos do cerrado...

A menina, não cerrava o olho...Não dormia nem a pau...Vó, mãe, tios e velhas tias, cochichavam: Só pode estar encantada! A menina que não dorme, é a menina dos sonhos. Conhece todas as armadilhas, sutilezas e manhas e manhãs... Conversa com maritacas, colibris e mariposas, amiga do Eron, "Único, Menino, entre as estrelas"! Canta para as hortaliças, estende no varal, roupinhas coloridas...Bebe água na bica e sacia a fome de alimento, ingerindo mel, pingado por conta-gotas, em sua pequenina boca, por abelhas-rainhas.

Bebe água na fonte e alimenta-se de flores...

Desdentada, toda criança fica banguela! Ela odiava, não poder sorrir e resolveu fazer implante nos dentes, nove dentes implantados...E os doutores, arrancando cada moeda do seu cofrinho, que também é relicário e guarda poemas. Não guarda Rosário, não o tem. (mas vai ter!)...E a menina não come, alimenta-se de flores e adora ser chamada de "Kulujá"! A menina brincando com boneca, passou embaixo do Arco-Íris e engravidou!... Nasceu Piá-santo, escreve feito gente grande e a primeira vez que o li, dedilhou minh'alma e fez sinfonia inesquecível em meu ser. Nesse reencontro, repleto de carinhos, chamegos e desejos de mãe, filho-amado...

"Arana do Cerrado", não dorme, quer aproveitar o último instante, como se fora o último instante no planeta. Fazendo viagens astrais, encantadas, por terras desconhecidas...Depois de muitos encontros e reencontros, culturas diversas e devaneios... Deslumbrar-se-á com o mais belo dos mundos, o mundo das espaçonaves, dos seres astronautas, o mundo dos seres celestiais...Um mundo sem despeito, inveja, gula, nem ira, muito menos ignorância...O mundo colorido pelos deuses-aquarela... Sorrindo!, Sorrindo!!!...Abrindo os braços, para um instante mágico, mas longínquo, sendo carregada por carruagem de estrelas!...

Tony Bahia.

Tony Bahia
Enviado por Tony Bahia em 29/12/2012
Reeditado em 30/12/2012
Código do texto: T4058614
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