Sempre a mesma jogada

Eis aqui um relato verídico.

Eu mentia para ela todos os

dias, nem eu era capaz de

acreditar em tamanhas besteiras.

Como um bom ator que não era,

me safava com certa cautela.

Ela não aceitava facilmente, mas

eu obtinha o que queria.

Todos os dias da semana, ela

me advertia “Ainda enveneno

sua bebida um dia”

Depois disso parei de beber, pelo

menos em sua companhia, a água da chuva

eu recolhia.

A verdade quando raramente dizia, sempre

fazia questão de acrescentar alguma

falsidade, não por vaidade, mas por

superstição.

Até o dia que acreditei em todas as minhas

mentiras.

Daquele dia em diante nunca mais contei

uma inverdade em toda minha vida.