LUA CHEIA

Abriu a porta pra lua, deixou que ela se refletisse por inteira na parede mal caiada,

sentou-se a mesa, a solidão doendo como faca enfiada e girada dentro do peito.

Era a única companhia de todas estas noites.

Pena que tão calada, só escutava suas queixas.

Puxou os dois pratos, um pedaço de pão dentro de cada.

Deixou que a lua se servisse primeiro e ela ali, só olhando, muda.

Pensou lá com seus botões que a lua estava sem fome esta noite.

E foi só então que ele percebeu o tamanho da sua distração,

era lua cheia!

(Elza Fraga)

Elza Fraga
Enviado por Elza Fraga em 07/01/2013
Código do texto: T4072092
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