A princesa do jardim

Havia nela as cores mais vivas da natureza,nos olhos o brilho das estrelas e no coração,como por ironia a sua vida,a inconstância da lua.Seus cabelos eram ondulados e de um castanho quase negro,com perfume de rosas,pele morena,seu rosto redondo com uma expressão alegre,sempre alegre.Além de tudo possuía uma força inabalável,seu nome...Laura.Depois da morte de seus pais em um incêndio Laura foi morar com sua avó materna,Antonieta,uma senhora gentil,alegre e divertida.

A casa da avó era enorme,de três andares,uma casa antiga mas conservada,com muitos cômodos,muitas janelas,a noite parecia que a casa estava no espaço de tantas estrelas que se podia enxergar,pela manhã os raios do sol entravam com vigor,era lindo de se ver.Devo mencionar que raramente chovia na cidade onde moravam,mas quando isso acontecia Laura não ficava olhando pela janela,ela saia e se divertia na chuva,usava longos vestidos,com o estilo do século passado,e se portava como se fosse uma princesa em filmes,a avó adorava assistir.

De todos os lugares da casa a parte que Laura mais gostava era o jardim,não só o cheiro das flores a atraia,mas toda a beleza delas,e o jardim parecia tão misterioso quanto belo,isso aguçava sua imaginação.Ela dizia a avó Antonieta que nem todos os mistérios devem ser desvendados,pois a graça estava em imaginar,ela gostava de desvendar apenas os mistério dos livros antes de chegar ao final e a avó dava uma boa gargalhada.

Laura era muito curiosa,mas mantinha sempre seu lema,sabia que havia algo de misterioso naquele jardim,as cores...sempre tão vivas nenhuma pétala sequer jamais esteve seca desde que Laura o visitava,mas seu lema era não descobrir nada,então para se distrair ela andava pelo bairro procurando mais jardins bonitos.Um dia encontrou uma casa muito bela,um pequeno chalé,novinho,mas não havia jardim,só terra,isso a deixou triste,então sem consultar os donos da casa,ela foi a noite com sementes e pás,até a casa sem jardim,e estava cavando e plantando as sementes em lugares marcados pra que ficasse bonito,ouviu uma voz,quando olhou encontrou um menino um pouco mais alto que ela,mas deveria ter a mesma idade:

- Quem é você e o que esta fazendo aqui? -exigiu ele

-Eu...e-e-e-eu...sou Laura,achei que essa casa precisasse de um jardim

-Então você não sabe da história?

-Que história?

Então ele,que depois disse que seu nome era Bernardo,levou ela pelas ruas da cidade,não estavam muito longe de sua casa,qualquer sinal de que o garoto pudesse machuca-la ela sairia correndo,mas ele não a machucou.Em vez disso contou que várias casas da cidade não possuíam jardim,que era apenas terra como em seu chalé,ela quase não acreditou mas ali com ele,a voz dele lhe dava uma certeza irreconhecível,e também ela podia ver com seus próprios olhos que era verdade.Ele lhe disse que não se podia simplesmente plantar,disse que tinha um mistério envolvendo tudo isso,um mistério que nem ele sabia.Como ela não sabia disso? bom,pelo menos explicava um pouco sobre o jardim de sua avó,mas nem tanto.Esse mistério ela queria desvendar,perguntou sobre a história a sua avó algumas vezes,mas ela disse que não sabia de nada,como poderia não saber?-Laura se perguntava,mas decidiu descobrir por conta própria,e com a ajuda daquele garoto,ele sabia mais que ela,talvez pudesse ajudar.

Quando ela foi a casa dele,desta vez com a permissão de dona Antonieta,ele aceitou a proposta,mas quanto mais procuravam,menos encontravam,e mais próximos um do outro ficavam.Até Antonieta conseguiu perceber,por falar nela,Laura notara o quão estranha sua avó estava,mas decidiu nem perguntar.

Ela teve depois de algum tempo a ideia de levar Bernardo ao jardim de sua casa,talvez o mistério da cidade estivesse escondido naquele jardim,e eles não sabiam muito coisa,tinham que arriscar,mas descobriram apenas uma coisa,o que deixava tudo mais confuso,as sementes que Laura havia plantado na terra de Bernardo estavam crescendo e se transformando em lindas flores,segundo ele isso começara a acontecer quando eles deram um tempo do mistério.Enquanto olhavam para as rosas vermelhas e sorriam,a avó os olhava à distância e ria baixinho,com a certeza de que a coisa certa estava acontecendo.

Como eles não estavam descobrindo nada,Bernardo sugeriu dar um tempo dessa história,mas queria continuar vendo Laura.Durante dias se encontraram no jardim de Laura,até que chegou um dia que sua avó não resistiu e falou:

-Viram? vocês não precisam descobrir nada,o que tinha de acontecer,já aconteceu.

Laura não entendeu mais concordou,ela não se importava mais com esse mistério,ficaria por conta de sua imaginação,como sempre quis.E depois que pensou isso olhou ao redor e o jardim estava ainda mais bonito,mais vivo do que nunca,e as rosas brancas desabrocharam num instante,foi inacreditável,mas ela apenas sorriu e segurou a mão de bernardo.Do outro lado estava a dona Antonieta,sua avó sentada em uma cadeira de balanço com um livro aberto na mão,olhou para a neta e fecho o livro.Na capa lia-se:

A princesa do jardim.

Luiza Bruun
Enviado por Luiza Bruun em 11/02/2013
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