Em algum lugar....

Numa tarde de sábado logo após o experiente, Marcos convidou seu colega de trabalho para tomar um café em sua casa.
Pedro aceitou, pois não gostava de chegar cedo em sua casa, pois sua casa ficava repleta de parentes da sua esposa.
Ao chegarem na casa de seu colega, Pedro ficou sem fôlego quando se deparou com Célia, esposa de seu colega. Ela tinha um brilho único, de estatura baixa, com silhuetas avantajadas, elegante no andar de saltos altos, cabelos curtos loiros tingidos, delicada no falar, dona de uma gentileza encantadora.
Pedro tinha certeza de que se apaixonou naquele exato instante por aquela mulher, mas eram casados então logo pensou: “Está mulher jamais será minha, não pode, nunca”
No decorrer do tempo ficaram amigos, ele ia todos os sábados na casa de seu amigo com a desculpa de tomar aquele cafezinho, mas ele sabia que precisava vê-la mais uma vez, somente olhar. Com a amizade entre eles crescendo ele pode perceber que Célia sofria com seu marido, era maltratada, apanhava, era humilhada, ele não agüentava ver aquilo tudo com a mulher que estava amando...
Ele agüentou vê-la naquela situação por quatro anos até que um dia ele tomou coragem e abriu seu coração para Célia, que por sua vez também disse o que sentia, mas tinham problemas eram casados, casamentos que não existia há anos.
Decidiram então separarem de seus companheiros e foram viver juntos.
Amava-se intensamente, um amor incomparável, uma cumplicidade invejável, uma amizade verdadeira, uma união real. Tinham problemas, dificuldades, mas sempre superavam com amor, amizade e tolerância.
Compraram uma casa na praia depois de anos juntos, estavam muito felizes toda família iram visitá-los nos feriados. E depois de 19 anos juntos Pedro teve a coragem de pedir a mão de Célia em casamento, ela nem acreditou e aceitou, claro era o seu homem, o amor de sua vida, seu companheiro, seu amigo, seu amor. 
Casou-se em Maceió e tiveram uma Lua-de-mel maravilhosa, inesquecível, mesmo entrando na terceira idade era possível uma vida cheia de amor. A cada dia superavam seus problemas, tanto de família, de saudades, de saúde, sempre juntos.
No inicio do ano de 2.004 no aniversário de seu neto Carlos, Célia percebeu que algo estava diferente com ela, aproveitou toda a festa, conversou com todos, brincou, tirou muitas fotografias com os amigos, transbordada de alegria, de amor, de felicidade, se despediu de todos com muito amor, e com aquele brilho único do seu olhar.
No dia seguinte retornaram para praia onde moravam. Pedro diria o seu carro, quando em uma curva ele perdeu o controle do veículo e bateu em um poste da rede elétrica, não sabendo o que acontecerá ele não entendendo nada só olhou para o lado e pode sentir um sorriso maravilhoso de Célia para ele. Mas ele nem poderia imaginar que aquele era o último sorriso de seu amor. Sim Célia se despediu de seu amor naquele momento com seu brilho único no olhar.
Pedro não acreditava que seu grande amor partiu sem ao menos leva-lo junto, sem a cumplicidade de um pacto de que nunca ficariam um sem o outro.
Pedro hoje vive sua vida num mundo solitário em algum lugar de Maceió.
Rosana Buarque
Enviado por Rosana Buarque em 16/03/2007
Reeditado em 16/03/2007
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