Esperança

Ele ficou só, chorando e sentindo-se meio perdido

dentro daqueles jardins, parecia uma criança,

sua mãe não teve coragem de olhar para trás,

foi-se com o choro mudo, mas as lágrimas

teimavam em correr pela sua face triste e sofrida.

Não havia nenhuma saudade que ele pudesse sentir do seu terrível presente, e sim o lamento de já não ser quem era antes,

não era capaz de reconhecer-se em frente ao espelho,

embora jovem e bonito, estava com a aparência pesada,

e mesmo calado, seu o olhar pedia socorro.

Ele sabia que não estava encarcerado, porém,

por algum tempo haveria de perder a liberdade,

devendo ficar naquele lugar, que ora lhe parecia bonito e bom,

e ora era o próprio inferno das abstinências.

O tempo amigo que iria lhe ajudar e seria seu remédio,

também lhe parecia muito cruel,

porque as horas eram lentas demais...

parecia uma eternidade.

E nas manhãs, quando ele caminhava por aqueles lindos jardins,

seus olhos brilhavam mais que o próprio sol...

era o brilho da esperança que lhe fazia acreditar que

além daqueles portões existia um mundo inteiro esperando por ele,

que também esperava... encontrar-se livre, curado,

uma pessoa bem melhor para as outras,

mas principalmente para si mesma.

Claudia Salck
Enviado por Claudia Salck em 22/02/2013
Reeditado em 06/03/2013
Código do texto: T4154070
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