Paixão galopante

O fígado regurgitava cerveja e gordura, todo o corpo respondia a estímulos não feitos, exalava feromônios, tudo que tocava cheirava a sexo e morte, a velhinha atravessando a rua remetia-lhe a grunhidos e posições executadas no decúbito do amor, onde se despia de sua mortalha lavada, passada e engomada. Deixou de usar preto, passou a ser colorida, toda colorida! O dito-cujo aguardava lânguido sentado à mesinha do boteco enquanto suas tripas pareciam adquirir vida própria e o coração descer junto com a menstruação...

Rachel Souza
Enviado por Rachel Souza em 19/03/2007
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