As múmias

Saí do Cairo no voo das cinco horas, as seis estava em Luxor. O sol escaldante torrava-me a garganta. Sequei logo a primeira garrafa de água.

Caminhamos depressa, para chegar ao Vale dos Reis. Andava, andava e nada. O guia dizia está perto, logo ali. Quero ver as múmias antes que o povo tome conta do templo. Sonhei toda noite com Tutancâmon. Cheguei. Fui passando tumba por tumba, era múmia que não acabava mais. Passei pela mãe adotiva de Moisés, respirei fundo de tanta emoção. Na sala do segundo andar, os sarcófagos embaralharam minha vista. Dei uma parada. Senti um ímã me atraindo. A múmia me grudou o olho, mas encarei, era a madrasta de Tutancâmon. Cheguei perto, bem pertinho. A beleza estonteou-me, mas a conheci. A rainha Nefertiti estava acordada, me olhando! Chorei. Sequei as lágrimas e segui com meu guia.

Sufocada, suando as bicas, parei frente a uma tumba diferente, sorri. Ali estava Tutancâmon. Senti algo estranho, um calafrio, como um choque de água fria. Tremi tanto que minha voz não saia. Não consegui responder a fala da múmia. Ele focou uma luz na minha cara!

Saí enxergando múmias de todas as idades.

Izabel Camargo
Enviado por Izabel Camargo em 17/03/2013
Reeditado em 23/03/2013
Código do texto: T4194311
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