Christus Crucificados no Beco dos Balangabeiços.

Antes de tudo, as escolas deveriam formar o jovem para ser o que é de sua essência SER, e não tentar formar um subproduto com código de barra e etiqueta, um autômato que não consegue pensar além do fuxico sobre a vida alheia. A educação é a base, irmão!

Sobre a maledicência da língua e covardia dos homens de seu tempo, há mais de dois mil anos levaram um homem de bem, que propagava a paz a seu modo individual de ser, para ser crucificado numa cruz de madeira. E assim o fizeram como se fizessem o bem. Confirmado o erro e dado o exemplo, continuam os homens a ‘crucificar’ seus irmãos, sem mesmo sequer conhecê-los, tanto é verdade que, parado na esquina do Beco dos Balangabeiços, numa terra distante das capitais, escutei o seguinte diálogo entabulado entre dois insurgentes, de nomes Ionis e Christus Cuevas:

Ionis - É verdade que há uns vinte dias suas cunhadas tiveram que buscar seu sogro na missa para apartar uma desinteligência de casal?

Christus Cuevas - De quem?

Ionis - Você e sua mulher.

Christus Cuevas - Aqui não... Deve ser o mesmo tipo das histórias que disseram, que dizem e que continuarão a dizer daqueles que, por serem livres, ofendem, mesmo sem querer, a ignorância do próximo, casos de polícia invadindo casa, traficâncias, traições e outras aberrações inexistentes que os invejosos do Beco do Balangabeiço inventam sobre o desconhecido, e, por desconhecerem, criam em suas mentes uma imagem condizente às suas distorções de caráter.

Ionis - É o que dizem...e dizem também que foi você quem matou seu próprio avô, que sua mulher era prostituta, que você ouve vozes, fuma ervas e prega a ‘loucura’ em nome de um deus pagão...

Christus Cuevas - Também? Meu Deus! De onde tiram isso? Qual o embasamento, a finalidade, o cunho disso tudo?

Ionis - É, você deve ser um cara perigoso mesmo... (risos).

Christus Cuevas - E, e se for cavoucar deve haver coisas piores abafadas entre os dentes podres dos balangabeicistas, a meu respeito e a respeito daqueles que pensam diferente, que agem diferente, fora da convenção dos tolos, dos “Carças-cagadas”, dos Pobres-diabos habitantes de um mundo onde o inferno é seu céu.

Ionis - Tudo culpa do Platão, que criou a dicotomia corpo-alma...

Christus Cuevas - Tudo bem, não sei de quem é a culpa e nem me interesso mais por saber a fonte de toda maledicência que habita o mundo, mas não me venha com subterfúgios, mesmo que seja um disse-que-me-disse, é algo fruto da covardia e irresponsabilidade de quem a inventa. Não existe qualquer cunho de verdade, tudo não passa de pura maldade. Mas isso tem uma justificativa, é como a teoria da vítima, e muitas vezes paira sobre algumas pessoas uma nuvem de inveja, onde muita gente retorce o couro por não suportar certos comportamentos, modos livres de ser, isenção e estado de espírito leve. As pessoas não suportam a felicidade alheia, eis uma verdade antiga e inelutável, porém é sempre preciso bom estado de espírito para discernir o que é realidade, o que é literatura, o que é mentira e o que é maldade, sob pena de incorrermos na ‘crucificação do próximo”, que talvez nem sabe que comentam barbaridades a seu respeito, mesmo sem conhecê-lo, por mero deleite de um ser algoz-demoníaco que se regozija em destruir a imagem do outro, crucificando-o no Beco dos Balangabeiços...

Ionis - Pois é, vamos trabalhar e levar a vida antes que te vejam por aqui, já que ouvi dizer que estão construindo uma catapulta lá na praça central...

SAvok OnAitsirk, 23.4.13.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 23/04/2013
Reeditado em 23/04/2013
Código do texto: T4255138
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