Visitante Esperada

Vejo minha velha amiga à porta da minha casa esta noite, retornando após uma longa viagem. Ela se aproxima lentamente e me abraça, sinto sua pele fria em mim. Fecho os olhos e apoio meu rosto em seu ombro, seus cabelos negros tocam de leve a minha bochecha, seu perfume suave me entorpece e faz eu me sentir inteiramente confortável. Sem relutar, deixo-a me conduzir pelos mesmos caminhos que por anos percorremos, até alcançarmos minha cama, onde nos deitamos. Ela me abraça ainda mais forte, e pergunto-me se algum dia conseguirei deixá-la partir novamente.

A chuva começa lá fora e durmo. Um sono sem sonhos, nos braços da melancolia.