DROGAS! O terror que assola o cotidiano

Por volta das 23hs, Shirley embalava a filha Sabrina de dois anos e oito meses, que estava em recuperação de uma forte gripe, e chorava muito, rejeitando os remédios.

Somente com a ajuda da bonequinha poppy, a mãe conseguiu convencê-la a tomar metade da mamadeira, no aconchego do colo, a pequena adormeceu.

Shirley, aguardava aflita pelo marido, que nunca havia passado tanto tempo fora de casa, enquanto refletia, ouviu o barulho do portão e suspirou aliviada.

Foi até o quartinho da filha e acomodou a menina com todo cuidado no berço e seguiu pelo corredor, para receber o marido que destrancava a porta.

Surpreendeu-se ao chegar na sala... Deparou-se com quatro homens. Dois deles eram novos, por volta dos vinte e cinco anos e os outros pouco mais de quarenta.

Aparentemente drogados, com forte odor de bebida alcoólica e roupas sujas.

O mais forte, alto, e com os cabelos grisalhos, segurou Shirley pelos cabelos e disse que se ficasse quietinha tudo acabaria logo. Em pânico ela perguntou se era um assalto, e disse-lhes que não tinha dinheiro, e que o marido estava por perto, afim de amedrontar os ladrões.

Um moreno completamente alterado, com os olhos vermelhos devido ao uso de entorpecentes, olhou fixamente em seus olhos, aproximou-se e deu um forte tapa em seu rosto. Com palavras ofencivas, disse que o marido dela estava longe, pois o próprio, vendeu tudo que podia, inclusive as roupas do corpo para comprar drogas e como não possuia mais nada, ofereceu-lhes a esposa em troca de pó.

Shirley tentou se libertar das mãos que lhe tapavam a boca, mas levou um chute violento no estômago, em seguida rasgaram suas roupas e brigavam entre si para decidir quem seria o primeiro, a mente girava após receber vários socos na cabeça, enquanto era agredida e violentada de todas as formas no chão da sala, ouvia o choro da filhinha que acordou e chamava pela mãe.

Sentia tantas dores que parecia delirar, a mente se ausentou por alguns instantes, parecia aprisionada em uma série de imagens que giravam rapidamente ao som do choro da filha e a voz nojenta daqueles homens em cima dela.

Sentia sua alma em prantos, porém seu rosto não esboçava mais nada, nem lágrimas no auge da dor.

Ouviu um deles dizer que queria calar a criança, e desesperou-se, impotente aos clamores da filha.

Foram meia hora de terror que marcaram a vida de Shirley para sempre.

Sua última lembrança foi de ter visto os passos em direção a porta, que bateu forte no batente, e ela desmaiou.

Quando voltou a si, não conseguia se erguer, foi se arrastando até o telefone e pediu socorro a sua amiga Cláudia, que chegou em menos de 15 minutos ladeada por seus irmãos; o estado de Shirley os chocou, mas o pior foi descobrir que agrediram a bebê, que tinha um hematoma no olho direito e estava desacordada.

A irmã de Cláudia, levou Sabrina para o hospital às pressas, enquanto Cláudia dava banho e vestia Shirley.

Mesmo sofrendo com as dores e preocupada com a filha, quando se acomodou no carro, optou por adiar a ida ao hospital e pediu para ser levada a favela próxima a sua casa, onde o marido costumava comprar drogas.

Em um determinado ponto, foram interceptadas por um rapaz armado, para esclarecer seu destino,ela contou o fato, rapidamente ele passou um rádio e recebeu a ordem de levá-las até o chefe.

Ela relatou tudo e o "bandido" ficou indignado ouvindo o relato daquela mulher deformada covardemente..

Feita a queixa, foi para o hospital, onde recebeu atendimento e depois foi ver a filha que estava em coma. Pouco depois, recebeu a visita de policiais e prestou esclarecimentos de forma informal.

No dia seguinte, Marcos foi comprar drogas sem saber que era esperado, foi levado a um barraco no interior da favela, e apanhou muito, sendo obrigado a dizer quem eram os homens que estupraram sua esposa.

Tentava negar sua participação, mas os bandidos já haviam confirmado que ele fez realmente o trato!

Foi obrigado a retirar as roupas, e foi atingido por três tiros em suas pernas! Com uma mangueira teve o corpo molhado, em seguida deram inicio a uma sessão de choques; por fim, foi violado de uma só vez com um cabo de vassoura.

O tiro final foi adiado por uma incursão da polícia a procura de um carro roubado.

Marcos aproveitou a confusão, para fugir e se entregar a polícia, poupando assim, sua vida.

Dias depois os bandidos capturaram os estupradores, três foram mortos a tiros,quando tomavam cerveja em um bar.

O outro foi pego em casa, jantando com a família, e levado para a favela, onde foi torturado e esquartejado em vida; as partes do corpo foram queimadas.

Sabrina ficou vinte dias em coma e faleceu.

Shirley tentou suicídio, mas foi salva por amigos, que estão sempre a seu lado, dando forças para levar a vida em meio a tantos traumas.

Na prisão, Marcos ficou isolado, pois sofria ameaça dos outros presos... Até "vagabundo" tem suas leis.

Todas as noites era atormentado, vendo espíritos sem luz, e ouvindo o choro da filha falecida.

Enlouquecido, batia violentamente a cabeça contra a parede implorando a morte.

Os carcereiros contam que no momento dessas crises, ouviam uns ruídos semelhantes ao choro de criança e isso os deixava arrepiados.

Christinny Olivier
Enviado por Christinny Olivier em 13/07/2013
Reeditado em 15/07/2013
Código do texto: T4385328
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