Quando as estrelas caem do céu

Descolei do céu todas as estrelas que pude, as que consegui alcançar.Naquele dia sentei e contemplei a chuva e cada detalhe que nela continha.O som...o mais bonito, água caindo do céu, devia ser considerado algo divino.Queria poder guardar esse som, mas ficaria artificial.Sou muito apegada as estrelas, e tenho aprendido a enxergar o mundo com olhos coloridos e não castanhos, da cor que realmente são.As estrelas que me fazem ser assim, a lua também e a chuva, as árvores, o céu de dia, e o amor.Mas em certas vezes as pessoas são cruéis e por mais que eu possa filtrar suas palavras, alguns resquícios de negatividade acabam ficando, e por mais que meu coração diga que estão erradas minha mente insiste em guardar esses resquícios querendo os transformar em rancor.Briga eterna essa, entre mente e coração. Por tais motivos decidi me afastar das pessoas. Sim eu amo pessoas, e acho que elas que fazem o mundo e que são grande parte da beleza dele,e da ruína também.Mas pessoas machucam pessoas, me afastei, achei por um momento que o problema poderia ser meu, mas jamais acabaria com minha vida. E achei a solução na fuga.

O problema é que sempre fui muito dependente de pessoas, os motivos de meus poemas não eram só minhas alegrias ou angústias, eram também as pessoas, afinal, elas causavam as alegrias e angústias.E em meus sonhos de garota, que confesso, ainda sou, sonhava em fugir com um amor ao meu lado. Fugi mesmo assim, deixei uma carta a meu amor, essa aventura deveria seguir sozinha, ou quase isso, levaria é claro as estrelas que descolei do céu.Foi um longo caminho, até que encontrei uma ilha, onde só havia água, areia e árvores. O céu era totalmente azul, sem sinal de nuvens ou estrelas, que dirá lua.Nos primeiros três dias foi uma total auto descoberta, eu em contato com a natureza, não havia lugar melhor para uma terapia intensiva.Mas depois, depois fui sentindo saudades, primeiro do meu amor....deuses ! Como doía essa saudade, era massacrante, rasgava meu peito e depois ia rasgando cada órgão vital e não vital que um ser humano possui.Pessoas sempre afetam positivamente ou negativamente outras pessoas.Falo como se não fosse uma, é porque não me considero.Me considero areia, mar, coração, céu, coração de novo, e muitas linhas em branco esperando uma análise poética bem detalhada. A partir do quarto dia comecei a sentir saudade das pessoas, não apenas do meu amor, ai vi o que sou...uma pessoa com medo de pessoas, que descolou do céu muitas estrelas e levou as consigo. As estrelas decidi devolver ao céu, esse céu vazio da ilha estava pronto para recebe las, fiquei contente ao perceber o que fui fazer ali. Colei as então, uma por uma,depois afastei me e contemplei, um lindo presente a ilha que me acolheu. Quando estava indo embora as estrelas despencaram do céu...cena jamais vista por um ser humano antes,tenho certeza. Pedi as para voltar, elas sabiam que pertenciam aquele céu e obedeceram. E eu, voltei para as pessoas.

Luiza Bruun
Enviado por Luiza Bruun em 21/07/2013
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