TERROR, À PROCURA DE UMA HISTÓRIA

Meia-noite...

Três velas iluminam o local – uma em cada cabeceira da mesa e outra no meio. Até aqui, tudo bem.A porta range e se fecha. Não há ninguém, exceto eu, nessa sala. Da janela posso ver a cidade silenciosa. De repente ouço sons de sirene. Polícia ou ambulância? Já me disseram que há sons que diferenciam essas duas viaturas. Será? Nunca percebi.

Coço o ombro esquerdo, em seguida a nuca. Com as mãos em concha começo uma massagem facial, pelo queixo. Coisa rápida, pra aliviar o estresse.

O que fazem essas três velas na mesa? Não sei. E por que três? Não poderiam ser uma, duas, quatro, ou mais? Quem as colocou aí? E essa mesa? Onde fui arranjar essa mesa?

Três velas sobre uma mesa, e eu. Eu, e sozinho?! Sozinho, nem tanto. A porta range, abre e fecha. Não ouso olhar. Vai saber o que é isso? É - pois é! - vento. Mas que não vou olhar, não vou!

Afinal, se pretendo criar um clima de terror, não posso começar desmascarar as evidências do óbvio...