Principessa

Principessa, descoloria a cidade para colocar coloridas borboletas em volta dos prédios sem vida, que davam uma decoração de mau gosto a cidade que tão linda era. As borboletas que carregava em uma cesta, saim de seu estômago muito ansioso, de sua mente muito barulhenta e imaginativa, saiam também de seu coração sonhador de menina. A principessa era chamada de tola por acreditar na vida, nas estrelas e em tudo que os outros não podiam enxergar.

- És tola pricipessa, existe um mundo fora do seu, e ele é cheio de lágrimas e dor.

Ela conhecia mais essa realidade do que qualquer um que lhe falasse isso, sabia muito bem o que era dor, e suas lágrimas já haviam feito rios e rios. Sabia que a inevitável dor chegaria de novo, enquanto isso brincava de ser principessa em seu mundinho colorido cheio de estrelas e borboletas amarelas. Não havia para ela, mal algum em ser feliz. Enfeitava um pouco a realidade, deixava-a mais bela de se ver e viver.

Em seu mundo haviam vários relógios gigantes, para lembrar lhe o tempo que ainda tinha, não haviam prédios ou casas, as camas eram dispostas em um lindo e gigantesco jardim, cheio de rosas vermelhas, comiam os frutos suculentos que cresciam nas árvores de copas grandes. Não vivia sozinha nesse mundo, vivia com muitos amigos que enxergavam o mundo dela. Qualquer um que enxergasse, ali começava então a viver. Era tão bem cuidado esse mundo, seus moradores não jogavam lixo no chão, as crianças brincavam até o anoitecer e quando anoitecia, cortinas feitas de estrelas separavam as camas dos moradores. A lua ia então dando seu lugar ao sol, as cortinas subiam, e os passarinhos começavam suas cantorias, acordando todos do mundo da principessa. Nesse lugar a princesa era ela, mas todos reinavam ali. A principessa era mais livre em seu mundo, do que naquele onde os prédios cercam as árvores e escondem o sol. Em um dia daqueles inesquecíveis, a principessa olhava em volta toda a vida que tinha criado, toda a beleza de um mundo já existente, mas que era coberto por tantos prédios e pessoas descrentes na vida, olhava em volta e sorria orgulhosa, mas dizia para si mesma que se todos não tivessem acreditado em seu mundo, ele teria existido apenas em seu coração, e seria triste, só ela poder viver dentro de tanta beleza. Olhou de novo, e com um aperto no coração, disse em um tom baixinho: -Um dia tudo não passará de lembranças.

Luiza Bruun
Enviado por Luiza Bruun em 04/11/2013
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