Flutue!

José estava deitado na varanda de sua casa, observando as nuvens. “Um leão”. “Uma girafa”. “Um panda… um panda!”, riu o menino, bobamente. Ali na varanda, observando o céu, ele podia imaginar uma infinidade de coisas. Era muito reconfortante para ele fazer esse tipo de coisa, pois assim ele saía daquele mundo tedioso e monocromático em que vivia e partia para um universo onde ele era o senhor absoluto. Agora por exemplo, José era dono de um zoológico e era muito rico!

- José, larga de ser preguiçoso. Levanta daí e vá varrer o quintal.

Com esse súbito despertar, José sai de seus devaneios, pega a vassoura e vai varrer o quintal da sua casa. Vai e vem, vai e vem, o movimento se mantinha constante e maçante, sob o olhar implacável de sua mãe; José agora era um forte soldado que remava num barco viking, rumo à conquista do ocidente. Seu sangue fervia por antecipação das batalhas vindouras, o frenesi da batalha já o possuía fortemente, sendo que ele mal conseguia ficar sentado.

-José, meio-dia! Vai se atrasar para o colégio, acorda menino!

Acabado o serviço, José parte para a escola. Durante a aula de Filosofia, inicia um inflamado debate acerca dos ensinamentos de Platão; José, de toga, incitava toda a população de Atenas, fazendo um discurso que ao final foi aplaudido de pé por todos, inclusive os senadores. Era uma cena fantástica de se ver!

Ao chegar da escola, toma um banho, come e vai para a cama. Pisca, e quando abre os olhos, José, advogado renomadíssimo, está de frente para as mais eminentes autoridades do país, debatendo sobre assuntos que mudariam o curso do mundo em breve. Olhando para aquela situação, José esfrega os olhos e reúne todas as energias que tem, com o objetivo de focar no que é mais importante. Quando abriu os olhos, estava deitado na varanda de sua casa, observando as nuvens. “Um leão”(…)

José está feliz.

Marco Cruz
Enviado por Marco Cruz em 26/11/2013
Código do texto: T4587835
Classificação de conteúdo: seguro