Muitas vezes a correria do dia a dia , não nos deixa ver, e nem perceber, o que realmente é importante.
Perdemos muito do nosso tempo, correndo atrás de melhorar de vida, adquirir bens supérfluos. Quando
na verdade, temos muito do que precisamos.
E quando vê, puf... A vida se foi!
Eram dois homens, um ainda jovem com 38 anos, o outro também ainda jovem, 59.
59 anos, se é jovem ainda! Pra uma moça na casa dos trinta.
Bem duas pessoas com vidas totalmente diferentes, nem se conheciam. Nunca haviam se encontrado.
Mas em fim seus caminhos foram cruzados.
Ambos morreram, bateram a canelas, penduraram a chuteira!
É isto.
Bem mortos, os dois chegaram na mesma capela. Iam ser enterrados no mesmo cemitério.
Duas pessoas totalmente estranhas, mas...iguais :mortas!
Que diferença tem um do outro após fecharem os olhos e se despedirem para sempre?
Nada! Nadinha de nada. Ambos somos assim,um nada em busca de tudo, e deste tudo! Não levamos nada.
Estavam lá deitados esticadinhos, separados por duas carreiras de cadeiras, uma virada de costas para outra.
Chegaram os corpos e as pessoas para o velório.
Um deles usuário de drogas e álcool , morreu de cirrose.
O outro, não muito diferente, não era usuário de drogas, mas por ter diabetes... proibido de beber pelos médicos,
continuava tomando a cerveja de fim de semana.
Será que este segundo era menos usuário que o outro?
Não!
Não se diferencia a quantidade ingerida, mas sim o saber dizer não!
Se não sabes dizer um não pra teus fins de semana, ou pra algo que te faça mal. Se torna tão viciado, quanto ao outro de todo o dia.
Ambos morreram, partiram desta pra pior, (ou será melhor?) por não saberem dizer não. E de iguais só os
corpos estendidos no caixão.
Mas, velório tem seu lado de diversão.
Tem as pessoas tristes de saudade, algumas
que choram demais da conta, por que sentem- se em divida com o morto.
Tipo... há podia ter visitado mais!
Não dei a devida atenção.
Ou, quando é pai ou mãe, normalmente é por ter deixado de amá-los suficiente.
Então...estes choram se descabelam.
No caso dos meus dois ai de cima! Um tinha mais posse que o outro.
Caixão chique de vidrinho em cima, os castiçais brilhosinhos,
O suporte de caixão dourados.
O outro!
Coitado do outro! Caixão sem vidrinhos, castiçais simplesinhos... e suporte do caixão, branco.
Até com a tinta toda descascada.
Foram para a sala do velório.
Na porta ficou o livro de presença de ambos.
Não sei qual o abençoado...que escreveu o nome de um dos mortos, no livro errado!
E pronto, já teve no alto da folha o coitado, o nome riscado.
O usuário de drogas pesadas , foi ser velado naquele lugar...sei lá...
Estava longe de casa. Tinha uma meia duzia de gatos pingado acompanhando seu corpo.
Não me perguntem por que!
Mas pela polícia chegou o corpo escoltado.
O outro, conhecido na região, tinha muitos amigos.
A maior parte da jogatina, e da cerveja de fim de semana.
Seu lado da sala estava lotado.
Uns bêbados, que choravam muito e encostados ao caixão, quase o morto derrubavam!
lá pelas tantas da noite, uma surpresa...
Uma loira, no caixão chorava, passava a mão no morto, e falava:
_ Filha da... por que teve que ir embora? Seu desgraçado!A lágrima rolava. Ao mesmo tempo que passava a mão em seu rosto, beijava, chorava e dava risada.
_Eu te amo, olha! To do jeito que você gostava!
_Enchi o caneco hoje, só pra ver se você voltava.
Lá pelas tantas, tiveram que ir buscar a viúva, que lá num outro canto, chorava, pra tirar a mulher da sala antes que fizesse mais palhaçada.
Vez ou outra chagava um bêbado, e lá fora a cachaça rolava.
O mais engraçado nisto tudo é que as duas folhas assinavam.
Assim os dois tiveram a visita dos amigos que no vicio andavam.
Mas no fim, o destino é o mesmo...
Ambos foram engavetados.
Vamos tirar dai uma lição pra nossa vida!
Emeu desejo de hoje é, que possamos aproveitar mais nosso tempo.
E que a partir de agora...só coisas boas,nos sejam abençoadas!
Por que no final nada daqui levamos...nada.

Arlete klens.
ARLETE KLENS
Enviado por ARLETE KLENS em 29/11/2013
Reeditado em 29/11/2013
Código do texto: T4591521
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