A caça pelo caçador

Ao cair da noite, saio em busca de meu alimento; caçando, procurando, sobrevivendo. Na mata fechada, ando; com uma pequena noção de direção, procurando meu alimento. A escuridão me envolve, não percebo, não tenho medo, sou guerreiro. Com olhos e ouvidos atentos, analiso todo o âmbito, preparando a qualquer momento para atacar e ser atacado.

Ouço algo se mover, presto atenção, tento definir o que é. Vejo um vulto grande correndo a minha volta, observando-me, ágil, não o vejo. O que será isso? Que animal é esse? Não é um leopardo, nem hiena. Parece ter duas patas.

A ansiedade e o medo começam a tomar conta de minha alma. O que será? Era ameaçador. Queria atacar-me, havia raiva e desejo de sangue. Mas que animal que é esse? O desespero me possui, fiquei paralisado, não conseguia pensar. Quando consegui voltar a mim, comecei a correr, o medo e o desespero dominaram-me. No meio da mata fechada, corri, sem importar-me com nada; sem cansaço, sem dor, só com o objetivo de fugir. Mesmo sendo um grande guerreiro, não consegui enfrentar aquela fera.

Fugindo, não encontrava uma saída, correndo entre as árvores sem fim. Em um momento vi uma luz, encontrei uma esperança, a minha salvação. Finalmente irei livrar-me da fera. Quanto mais próximo, sentia; o medo, o desespero, a angústia e a ansiedade irem embora. De encontro com a luz trombei em algo. O que essa árvore faz aqui? Pensei comigo. Quando abri os olhos percebi que estava numa casa de espelhos.

Dionísio
Enviado por Dionísio em 23/04/2007
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