O encontro de duas almas

Após a virada de minha vida, andando entre a nevoa, sem saber onde estava; tudo novo, seguindo em linha reta. Andava despreocupado, sem importar-me com o tempo, pois não existia mais.

Lembrava de minhas vidas passadas. Tudo que deixei de fazer, as más coisas que fiz; não era eu, parece que estou me encontrando. Sendo verdadeiramente quem sou.

Ao prestar mais atenção a minha frente, vi um vulto; estava sozinho, mas não senti medo, nada mais me importava. Seguindo meu caminho, aquele vulto me acompanhava; era muito agradável a sua companhia. Sentia-me nas nuvens. Cada vez mais próximo, cada vez me sentia confortável, protegido. Pude ver, mais de perto, os traços do rosto. Não era estranho.

Ao aproximar-se, vi o rosto, era Juliana, quem sempre quis.

Lembro-me de nossos momentos, juntos, rindo, felizes. Passamos por muitas dificuldades, mas quem não tem problema? A primeira vez. Ah, a primeira vez, queimava o desejo, sempre juntos e cada vez mais querendo um ao outro, não havia muito problemas para nós ficarmos juntos. Vivíamos, sonhávamos, aproveitávamos; mas nada é para sempre, houve um tropeço de um dos lados, no momento não foi perdoado, e sim vingado. Separação. Ambos tristes, cada um em seu canto, não dávamos o braço a torcer. Orgulho? Pode ser. O vazio dominava-me, a culpa era meu carrasco. Continuei a viver, pois a vida não para; mas vivia só, não por completo, mas por dentro sim. Minha alma chorava. Agora já foi.

Enquanto o tempo passava, nos encontramos novamente, mas já era tarde, havia mudado-me, para uma outra vida. A vida não para. Mas o que isso importa?

Quando a encontrei me lembrava de tudo. E percebi que ela também. Vinha em minha direção, sorridente, de braços abertos. Quando nossos corpos se encontraram, atravessei-a. Por quê?

Minha vida tinha se passado, não percebi, estava no céus.

Dionísio
Enviado por Dionísio em 24/04/2007
Código do texto: T461569