O Eterno Candidato

Não era rico nem pobre, mas tinha o seu capital quando chegou a primeira eleição e ele decidiu concorrer. Veio a primeira decepção, veio a segunda, veio a terceira e a quarta. Na quinta eleição ele estava em depressão, quando voltou entrou e quando pensou que finalmente estava eleito... Veio a nova decepção.

Arruinado financeiramente, mentalmente e como gente sem pé no chão continuou teimando.

Os filhos pediam, a mulher pedia para ele não mais concorrer, mas ele tinhoso achando que sempre iria conseguir perdeu mais uma. Perdeu a família e perdeu os amigos.

De tantos e tantos santinhos, são milhares de rostos que não vão além das suas imagens dizia o jovem locutor de uma rádio local, que enfatizava as próximas eleições.

O senhor Amaro mal tinha o segundo grau e só pensava em entrar para se dar bem. Não entendia como essa situação se encaminhava. Era político formado nas divisões de base de um partido que pouco se ouvia. Foi assim por tantas vezes, que hoje a beira do canal, na descida da vida o povo que passa fica olhando como normal. E lá está o eterno Candidato, com o seu chapéu de couro preto, camisa social escura e uma calça jeans, com o seu sapato fechado a desejar Feliz Natal, Feliz Ano Novo ou quando não bom dia.

Não tem mais dinheiro, não tem mais mansões e carrões, mas ainda guarda na imaginação a fantasia desse carnaval de promessas e engodos, de ser um dos reis. Para fazer como muitos eleitos fazem...

Tudo pelo Rei, para o Rei e nada para o povo.

Uns dizem que ele enlouqueceu, outros não se importam e outros dizem que assim como a chuva no inverno... É sinal da próxima eleição, como a mega - sena da virada para aquele, que também é cidadão.

Enfim, finaliza o radialista, está chegando a hora, será que ele dessa vez se elege. É isso ai, quem não tem muita ocupação quer tirar do povo o que perdeu por sua ambição. Fiquem espertos, pois depois do Carnaval, da semana Santa, da “Copa do Mundo”...

Entra em sua casa pela televisão as eleições. Mas você já pode fazer alguma coisa...

Vá para as ruas dizer o que você vai querer. Pois continuamos pagando impostos, sem ver os serviços oferecidos adequadamente.

Olha lá o homem de preto, diz o garotinho! Não meu filho é o candidato da ponte.