A Sinfonia pra lua

A beira do lago escapava o senhor grilo das investidas do Sapão. Seguindo para as pedras, onde pode se esconder. Sob o susto do passeio adormeceu sem se perceber.

Lá pelas seis e meia foi acordado pelo canto da cigarra, pois já era hora de cantar a noite que ali vinha nascer.

Em sua ideologia tinha um sonho, antes de morrer, queria fazer uma bela sinfonia pra lua a beira da lagoa com todo os seus amigos. Sonhava juntar a Cigarra, o Sapão, dona lesma, vaga lumes, Mariposas, Joaninhas, Gafanhotos, seus irmãos e o louva Deus para cantarem juntos, uma vez no ano e dessa forma harmizar a mata.

Assim nessa tônica o grilo foi falar com a cigarra, que falou com o gafanhoto, que falou com a Mariposa. O Grilo falou com a Joaninha, falou com o vaga lume, que falou com o louva Deus e que falou com os outros grilos. Chamaram as formigas e convidaram as libélulas, bem como o senhor Besouro e graciosa borboleta.

Faltava falar com o senhor sapão e o principal não era falar não, mas sensibilizá-lo para que ele não os comessem. Dessa forma pensou o grilo na dona Coruja, que recebendo o grilo com o convite a festa, ficou animada. Aceitou o convite de acompanhar o grilo até o sapo, mas fez a ressalva de no dia levar a sua amiga sabiá .

No dia seguinte o grilo subiu nas costas da dona Coruja e chegaram ao tronco de arvore onde o sapão estava dormindo. Assustado ele arregalou os olhos e amedrontado pediu clemencia.

Dona Coruja disse que vinha em paz, queria que o sapão ouvisse o grilo. E assim, na benevolência da coação o sapão aceitou participar da festa.

Então, quando a tarde findava o ensaio começava. Cri, cri, cri o grilo iniciava, a cigarra ci,cic,ci ciava, a sabia assombrava, o sapão e seus irmãos de dentro do lago coaxavam e muitas femeas vinham ouvir. Seguiam outros grilos e a brisa terminava com a valsa nas flores ao redor.

Quando a sinfonia estava afinada, naquela sexta feira, a lua não se fez de rogada. Saiu de dentro da mata esbanjando a beleza no leito do rio e na pedra que estava o senhor Louva Deus, maestro da hora, fez-se com a sabiá o já, que se segui quando os grilos começaram a cricrilar, seguidos da cigarra a ciciar, onde o senhor sapão, com os seus irmãos incrementaram o show iluminado pelos vaga lumes, quando as flores e os convidados, começaram a dança da paz, que foi bem mais do que o mais.

A lua, como rainha, se assentou no céu estrelado, enquanto a brisa com aplausos intermitentes das arvores pela inesquecível apresentação daquela sinfônica pausou na mata, que o amor e a paz estavam na ribalta.

Tão longe foram as noticias, que até hoje o grilo e seus amigos cantam mesmo dentro da cidade, porém o homem ainda não conseguiu perceber a essência do som, pois para parecer forte esconde a sua sensibilidade.