Bailarina de asas quebradas

Busco um equilíbrio entre razões e emoções, me sinto nauseada como uma bailarina cheia de borboletas no estômago, em sua primeira apresentação...dançando na ponta dos pés em uma corda bamba. A tensão toma conta do meu corpo, cada pedacinho dele treme, desabo em lágrimas. Também tenho um público assim como a bailarina, porém meu público é mais exigente.

Queria poder voar como um passarinho, ser livre, livre com todo o sentido mais profundo da palavra e com o mais raso também. A liberdade das consequências dos atos, a liberdade do arrependimento. Poder simplesmente voar para onde quero, sem ferir ninguém, sem machucar minhas asas também. Enfim sair das páginas dos livros e ser uma bailarina livre, que também pode voar, uma bailarina livre de público por não precisar de seu reconhecimento, para ser de fato uma bailarina. Sem medo de arriscar, sem vergonha de ser o que é, de ser feliz pelas escolhas que fez.

Escolher é difícil, se ao menos tivesse eu, minhas asas, não precisaria me equilibrar entre razão e emoção...meu coração me levaria a toda e qualquer direção, e jamais me arrependeria. Quero a liberdade, quero voar sem os pés no chão, por um momento acreditar no que dizem as estrelas. Alcançar, ultrapassar os limites do mundo que vejo, e conhecer outros mundos, tão belos, mais belos que o meu.

Contarei com a ajuda do tempo, que me dará sabedoria para andar com meus pés na estrada, enquanto minhas asas não chegam. Voar na claridade, não mais andar na escuridão. Enfim crescer.

Luiza Bruun
Enviado por Luiza Bruun em 05/03/2014
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