O vazio de uma alma

Ela se deixou ficar na varanda da casa, olhando o horizonte, onde o sol se punha numa beleza intensa. Mas, seus olhos não viam o belo. Seus olhos, de tristes, haviam se fechado para as belezas da vida. O olhar sem cor se perdia ao longe, nas lembranças que a saudade lhe trazia. O seu coração batia em descompasso, podia sentir o sangue correndo frenético em suas veias. O que naquele momento sentia? Sentia saudades? Era tudo o que ela não queria. Fechara os olhos para não ver os sentimentos que tinha e deixara que uma nuvem densa cobrisse os seus olhos. Mas, o seu coração não aceitava as ordens da razão e agora ouvia a voz da saudade, despertando em seu coração uma grande explosão de sentimentos. Olhava ao longe o horizonte e as lembranças fluíam na sua mente, como as imagens da reprise de um filme. Eram imagens que lhe traziam sentimentos guardados, perdidos no tempo. A noite havia chegado, o sol há muito se fora, levando a esperança na sua cor amarela. Era o breu o que agora ela via, pois a lua ainda não havia trazido os raios de luz para iluminar os seus olhos. Ela se levantou e entrou na casa escura e vazia, mas era o vazio da alma o que ela mais sentia. Buscou o interruptor e acendeu as luzes num movimento automático, precisava das luzes para iluminar o vazio que sentia. Olhou de novo ao longe, através da janela escancarada pelo vento, não sabia ao certo o que buscava, há muito a esperança se fora, numa tarde de um domingo qualquer. Seus olhos agora olhavam bem mais ao longe, bem além do horizonte que agora ela via. Não mais sonhava e as lembranças que aos poucos surgiam lhe falavam de coisas, que o seu coração triste insista em não querer esquecer. Seus olhos marejavam e grossas gotas de lágrimas caíam dos seus olhos escuros, era grande a tristeza que sentia...

Ana Campos
Enviado por Ana Campos em 06/04/2014
Reeditado em 12/09/2021
Código do texto: T4758544
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