Um Cara.

Era impressionante a voracidade e a velocidade com que aquele cara esgotava doze latas de trezentos e cinquenta miligramas de cerveja! Era questão de hora e meia, no talo, e as doze latinhas iam pro ralo, mijadas, engolidas, escritas, faladas, cantadas..., etc, etc, etc..., se iam, de algum jeito, alguma forma, simplesmente pelo fato de que haviam que ir... para algum lugar?

Era uma verborreia ambulante, algo quase que insuportável para quem não o conhecia. Por sorte ou qualquer outra coisa que os homens costumam dizer que foi por 'isso ou aquilo' que deu certo ou errado, viveu mais de noventa anos bebendo suas cervejas vorazes e velozes (não eram furiosas!), traduzindo-as, transmutando-as para a forma mijada, escrita, falada ou cagada que fosse. Era um cara! Não um Cazuza nem um Renato, o Russo. Nem o Teixeira da Padaria! Que isso!? Era um cara que tinha um cérebroimpressora, cuja tinta era cerveja, e que mesmo quando eu ainda vivia na barriga de minha mãe, diziam que não duraria muito...

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 16/05/2014
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