Singela Arrogância

Rafael e Keulry compraram um restaurante. O ex-proprietário era um homem de trinta e oito anos. Um senhor muito simpático chamado François. Ele apresentava cada canto do imóvel ao jovem casal cheio de encantamento e alegria. Sempre fazendo graça. Keulry pensou que ele fosse apenas, mais um desses galanteadores baratos que, ao ver uma mulher , mesmo acompanhada por seu marido, fica cheio de si. Tentando chamar a atenção da dama de todas as maneiras . Fez mau juízo do pobre François. Não deu muita atenção a ele que só quis parecer amigável.

Fechou-se em si, e agiu até de forma grosseira com ele, que não mereceu. Rafael falou-lhe que deveria ser mais gentil com François. Ela não deu-lhe nenhuma importância. Logo se pôs a falar dos defeitos daquele lugar. Segundo ela, era muito próximo da rodovia principal da cidade de Goiânia - GO. Daria muito serviço de limpeza. Eles tinham pouco capital para contratar serviços de limpeza. Aquele restaurante, conforme dizia ela, aparentava poeira por todos os lugares. Fora arrogante. Mas não desfez o negócio.

Após a conversa com Rafael, Keulry resolveu dar uma volta pela quadra sozinha, para conhecer a vizinhança do seu futuro imóvel . Rafael ficou com François acertando detalhes. Ao chegar à esquina da rua, Keulry ouve um barulho estranho. Olha rapidamente para a direção daquele zumbido gritante e vê uma locomotiva antiga toda suja de lama. Era enorme. Seus vagões não chegavam ao último nunca. Eram muitos vagões. Ficou pasma, e antes que um som fosse emitido por sua boca, a paisagem local se transformara . Casas sujas de lama, ruas sem asfalto.

Keulry entrou em desespero . Voltou correndo para trás, tentando encontrar o restaurante. Não o encontrou. Havia construções diferentes ali. Outras pessoas. Todas estranhas. Se saber o que fazer, a jovem mulher começa a chorar. As pessoas começaram a se aproximar de Keulry e perguntavam quem era ela, de onde vinha. Ela respondia chorando como uma criança sem pai.

_ saí daqui desse lugar! Meu esposo ficou aqui acertando os detalhes do restaurante que estamos comprando, enquanto resolvi dar uma voltinha. E de repente, quando cheguei na esquina da quadra, pum ! Toda a paisagem local se transforma. É como se fosse um filme! Meu Deus, misericórdia ! Por que isso está acontecendo comigo ?

As pessoas olhavam-na e ouviam atentos a história daquela bela mulher. Ninguém , entendia nada. Ninguém fez mau a ela. Deixaram-na ali, a altura de seus olhos. Para tentar uma solução. Eram pessoas interessadas umas nas outras. Alegres. Se ajudavam, eram companheiras. Keulry saiu andando sem rumo. Parava aqui, parava ali. Ficou à mercê da sorte. Nas mãos de um estranho que lhe fizesse bem ou mau.

Um jovem rapaz aproximou dela, enquanto caminhava. A estrada de chão era lama pura que atingia as canelas. Andavam descalços. Ficaram amigos. Mais pessoas iam surgindo. Logo, informaram que se dirigiam à igreja. Havia festa. E ela, Keulry poderia ir com eles. Ela se sentiu convidada. Seguiu aquele grupo. A igreja era suja de lama, mas a festa era boa. Trouxeram alimentos para ela. Ali Keulry almoçou e jantou.

A noite chegou. O grupo começa a procurar suas casas. Keulry os acompanha.

Todos vão se afastando. Até que somente o jovem rapaz lhe oferece guarida. Um rapaz jovem e humilde oferece sua casa. Ao chegar na casa do rapaz. Ela ,com medo do que ele pediria em troca, começou a suar. Ele a acalma e diz que vai simplesmente ajudar. Que ela não precisa ter receio.

Súbito, ela acorda, pela manhã, naquele lugar nunca imaginado por ela. Olha ao seu redor atordoada. Vê tudo diferente. Uma cama limpinha, seu esposo ao seu lado, François também por ali. Assustada pergunta o que houve, eles a informaram que ela descuidou-se, tropeçou numa pedra e bateu a cabeça. Um rapaz iam passando de bicicleta bem atrás dela, viu quando ela saiu do restaurante e quando tropeçou e caiu e foi correndo avisar.

Keulry quis conhecer o rapaz e agradeceu a ele pela ajuda. Fizeram um belo jantar e convidaram François e o rapaz que a socorreu. Tornaram-se donos do restaurante e ficaram amigos. Ela pediu desculpas a François por ter sido arrogante com ele e tudo terminou bem.

Lindalva
Enviado por Lindalva em 07/06/2014
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