A Casa Caiu

Eram nove horas e quarenta e cinco minutos da manhã, sábado. O delegado Assis Devisoga fumava um cigarro, e retorcia seu bigode grosso pintado de fios grisalhos. Andando de um lado para outro na sala e esbravejando contra os diabos que lhe fizera perder algumas notas de cem reais no jogo de sinuca. De repente surge como um raio uma figura espalhafatosa, com um turbante rosa na cabeça, bata de mangas e calças frouxas de crepe chiffon. Brincos argolas de cigano realçando nas orelhas, nos pés um Scarpin salto agulha fazendo percussão no taco desgastado. Um policial vinha ofegante logo atrás, o Delegado que estava doido para descontar em alguém o seu prejuízo no jogo, entortou o cigarro para um canto da boca feito o cachimbo do Marinheiro Popeye, e não quis saber de bom dia, enfiou-lhe a mão na orelha que o turbante rodopiou no ar. – Respeita minha delegacia, seu fi de rapariga! Tá pensando que aqui é a casa-da-mãe-joana para ir fundando com essa baitolagem descarada! Por que é que está fugindo do policial? Ao dobrar a camisa para dar outro supapo, o policial interveio se atirando na frente. – Seu delegado me perdoe, mas está havendo um engano, este rapaz é o denunciante, os dois que vem logo atrás que são os supostos autores da desonra! E veio entrando o primeiro sujeito, magro, sarará, quase albino, portando chinelos de dedos, sem camisa e sangrando pelas narinas, usava uma calça branca com o zíper relaxado deixando a mostra uma cueca encardida. Ao seu lado dois policiais robustos o escoltava a cotoveladas. O segundo tinha chapéu grande estilo vaqueiro, botas e camisa xadrez, também tinha a companhia de dois policiais cotovelando as costelas. O delegado encarou furiosamente aquelas criaturas, franziu um olho, cuspiu o cigarro quase no colo do escrivão para ter mais liberdade de gesticular com a boca e gritou : - Agora eu mato essas desgraças! Seus fi de rapariga véia! - o que é que vocês estão pensando que minha delegacia virou? Eu não posso ter mais sossego não, é? Então vou lhes ensinar! Com a mão espalmada mirando no meio do ouvido do sarará, girou feito cata-vento e bateu, poft! A tapa foi tão forte que um dos soldados que o segurava caiu sobre um cesto de lixo. Já que o Sarará se esquivara com esperteza. Com isto a fúria dobrou de tamanho. E o delegado escumava pela boca feito fera do mato. E o soldado esbofeteado também, mas levantou-se, respeitando a hierarquia, ainda que por dentro sentia vontade de vingar-se com pelo menos um chute naquele saco murcho. Mas contentou-se em transferir a raiva, segurou o detido pelo pescoço e ficou de lado para que num eventual erro de pontaria do chefe, não sofresse novos danos. Quando o braço já estava no calibre do pau da venta, eis que uma voz ecoa lá no topo da escada. – Alto lá! Sou o Advogado Menegildo Capistrano da Silveira e Braz! e a partir deste momento nomeio como meu cliente este cidadão que padece sob a tortura de autoridades que deveriam estar cumprindo a justiça ao invés do espancamento gratuito. Pasmos, delegado e policiais e até o vaqueiro, se olharam surpresos, aguardando a aproximação do repentino defensor; alto, gordo de cabelos lisos rente a cabeça e partidos ao meio. Fizeram o detido sarará sentar-se no banco de espera, longe do outro que também era acusado, que por sinal pensava indignado, como o surdo poderia ter conseguido advogado. Cada um ocupou lugar estratégico na sala. O delegado puxou a gaveta e ao notar que o cigarro havia acabado, ordenou ao escrivão que lhe comprasse outro. Enquanto isto o advogado questionava manchas avermelhadas no corpo do seu cliente que nada dizia. Com feições ainda mais animosas o homem fantasiado de vaqueiro, amuado em uma cadeira de plástico próximo a saída dos fundos, vociferava sortilégios contra o companheiro que era amparado por advogado. Enquanto cada qual formulava sua defesa ou ataque, adentrou um senhor calvo de terno bege, baixo, com charuto apagado na boca. Óculos escuros modelo “Stalone o Cobra”, segurava a mão de uma moça de estatura média, saia rodada e coxas roliças sob uma meia calça preta, na parte de cima usava blusa branca e lisa, denunciando pelos bicos empinados dos seios, que não usava sutien. Ao ver o casal aquela figura despojada que levara na orelha se levantou apressado, chegando até a porta quis acender o charuto do velho, ainda passou a mão na testa para tirar-lhe um pequeno pedaço de lã quase imperceptível. Era motorista daquele senhor distinto que o servia há dois anos. Segundos depois de assentados surgiu uma senhora de cabelos oxigenados olhos grandes e sinal de botox nos cantos da boca cheirando a perfume doce, sentou-se ao lado dos dois. O delegado andou com os olhos de cima em baixo no trio, certificando-se de que tratava de pessoas de posse. Sem cumprimentar quem quer que seja o senhor que não tirou os óculos escuros se levantou e apontou o dedo rumo aos detidos. Mas no meio do caminho do sarará surdo, tinha o advogado que se levantou fazendo proteção. – Esses sujeitos são uns crápulas de peçonha, e vão pagar pelo que fizeram nem que seja no cano do meu revolver! Disse apertando um lenço nas mãos. – Olha aqui meu amigo! Ponderou o advogado. – Não sei aquele outro lá! Mostrando para o vaqueiro. Mas meu cliente é inocente e ninguém vai encostar a mão nele! – Aliás, doutor delegado, quero fazer um boletim de ocorrência contra este cidadão que acaba de ameaçar publicamente este inofensivo rapaz! O delegado recobrando a autoridade levantou-se e acendeu mais um cigarro, soprando a fumaça para o lado do escrivão, falou olhando para as mãos da mulher que coçava o bico dos seios. – Senhor advogado, ninguém vai fazer boletim de ocorrência porra nenhuma, na minha delegacia! Enquanto não houver ordem aqui dentro! E você borboleta de verão! Direcionando ao motorista. - O que é tentava me dizer com tanta ansiedade no momento da sua chegada? Ao analisar friamente o que ouvira, juntou as pernas, estufando a bunda deixou as munhecas das mãos caírem, com voz derretida; - Bem seu delegado, o senhor quer dizer antes da bolacha que levei na orelha desferida pelas suas mãos? O delegado se mostrando irritado. – Por acaso o que eu falei foi isso cidadão baitola? Escuta direito o que digo, ou lhe prendo por falso entendimento das coisas que as autoridades dizem! O advogado interferiu; - Perdão seu delegado, mas este crime não consta no roll das leis que regem o nosso país! Ou melhor, o fato dele se lembrar de algo ocorrido dentro dos autos, não pode tipificar crime! – Ai, abafou doutor! Exclamou o motorista com feminilidade. O delegado torceu o bigode olhando o fundilho das pernas cruzadas da moça e falou com o dedo indicador direito balançando,- Escuta aqui seu doutor Capistrano não sei das quantas! ou você defende um ou outro tá bom? -Não venha bancar o deus das bichinhas desprotegidas que eu lhe mando para o xilindró! O advogado silenciou, mexeu as sobrancelhas fartas e abriu a maleta, pegou o celular e começou a deslizar o dedo sobre a agenda. Antes que levasse o aparelho ao ouvido, o escrivão chegou sutilmente e alertou: - Doutor Assis, tá ficando louco homem? Se desculpe logo com esse cara, se ele ligar para a imprensa o senhor estará fudido! Agressão ao detido, homofobia e ameaça com testemunhas, é corregedoria na certa! O delegado que além do bigode não tinha mais nada de besta, chamou o advogado em particular e pediu desculpas, sendo aceitas formalmente. – Bem! Disse o delegado. – Então dando seqüência, que inicie seu depoimento Borboletão! – Seu delegado eu queria dizer que meu nome é Samia Luar! disse o moço! – Porra! mas como você é empombado hein, arco-iris! Retrucou o delegado. – Doutor delegado, olha os danos morais! Disse o advogado. – Ai doutor vou te adicionar no meu Facebook! Falou o motorista das roupas coloridas com uma leve piscada para o advogado e continuou – Então seguindo, meu nome é Samia Luar com muito prazer! Motorista particular do senhor Abelardo Jacentes, com muito prazer também! Vim exclusivamente testemunhar em favor da dona Cheila Jóia, que está ali ao lado do meu patrão, este santo homem que sempre me paga sem atraso no final do mês, e no natal, além do decimo terceiro gordo, também ganho estojos importados de maquiagens. Quero dizer a esta criatura maravilhosa... – Só um minutinho por favor meu ilustre! aqui é uma delegacia! Se você quiser puxar o saco com frescuras, lígue para o telemensagens! E mande falar todas as asneiras que desejar lá na casa do caralho! Entendeu? Gritou o delegado, desta vez sem olhar o advogado que escrevia freneticamente numa folha. – Toma bicha assanhada! Falou a senhora que estava ao lado do aberlardo. – E a senhora é invejosa e gorda! Rebateu o motorista. – Se não tivesse na delegacia você ia ver sua motoristinha de quinta! Ordem! Ordem aqui dentro ou mando as duas para a grade! Que porra é essa? Falou o delegado. – Desculpem-me, não costumo rolar na lama com porcas! Falou irônico o motorista vendo a mulher do patrão pelo rabo do olho. – Esses infelizes devem passar o resto da vida na cadeia, ou mais, devem ser mandados para Nova Jersey para a pena de morte! O que fizeram não deve ser esquecido! ENGRAVIDARAM A JOIA! Olhe a cara do meu patrão! Tão lindo, olha que pele sedosa, olha...- Por favor Samia, mantenha seu foco! Disse o velho. – Bicha cagada! Disse a velha. – Então eu gostaria que eles fossem presos! – pelo fato de ter desrespeitado e ter desonrado. Concluiu o motorista. O advogado tentava falar com seu cliente durante as acusações, mas ele nada dizia, apenas resmungando como se não entendesse. E realmente não entendia pelo fato de ser surdo e mudo. Chegou então a conclusão de que estava no lugar errado. – Senhor delegado um momento por favor! – Concedido o momento! Responde o delegado. – Este rapaz é mudo por acaso?– Mudo e safado esse escroto! Disse o motorista ajeitando o turbante. – Meu Deus, onde estou? Disse atordoado o advogado. – Então quer dizer que este não é o traficante Vida Loka? – Não meu amigo, o meliante que se refere está na Federal sendo interrogado. Sorriu o delegado acendendo mais um cigarro. O advogado levantou-se com preocupação, olhando o celular com mais de vinte ligações de urgência, antes de sair, o mudo ainda tentou acenar com a mão para que ele ficasse, o advogado ainda mais gordo de raiva, olhou fixamente antes de dar o ultimo passo e gritou como se cantasse uma musica de rock pesado. – Mudo tarado, vá tomar no meio do seu cú! Se eu perder meu cliente volto aqui e te regaço! - Ham! Ham! Balbuciou o mudo sem entender nada e com o braço esticado. – Ham é o caralho!! Gritou o ex-defensor dando as costas. Um breve silêncio até que ele chegasse ao carro e saísse cantando pneus, o delegado retomou o controle. – Então senhor Borboletão, o mudinho e o chapéu de ataiar égua ali são os responsáveis pela defloração da moça? – Sim seu delegado. Respondeu prontamente. – Mas eu já disse que meu nome é Samia Luar! O delegado se levantou com o cigarro na boca, chegou a menos de meio metro e lhe disse olhando nos olhos: - Aqui nesta merda, o delegado sou eu! Portanto eu ponho o nome que eu quiser em quem eu quiser, tá me entendendo? BORBOLETÃO! Tá me entendendo? BAITOLÃO! BOQUETEIRO! Tem mais alguma coisa a dizer? O motorista mordeu as pontas das unhas e coçou a cabeça, olhou para a moça que parecia feliz com seu sorriso sagaz, mas nada se atreveu a dizer. – E ai seu delegado vai prender os dois? Perguntou o velho. – Tem alguém aí que entende linguagem de mudo aqui? Quis saber o delegado, mas logo descobriu que ninguém falava a língua dos sinais. – Vamos prosseguir! Diga-me seu Borboletão, você presenciou o mudo ou o chapéu de catar cõco fazendo alguma coisa de verdade com a moça? Digita tudo ai escrivão! Reforçou o delegado. – Ver mesmo seu delegado eu não vi, mas pela cara dos dois quando viu ela pelada no chão da cozinha, é de desconfiar! Neste momento o senhor dos óculos escuros, mudou as feições com um filete de suor lhe escorrendo no pescoço. – Ah então quer dizer que o senhor não viu um ato consumado? Perguntou o delegado andando no centro da sala. – Não senhor, eu não vi! Nisto o mudo gesticulava apontando o dedo indicador em direção do pênis e mostrava para Samia, voltava para sua boca e apontava para a mulher. E o velho que não se desgrudava dos óculos escuros, levantou-os e deixou que adornasse a testa. – Que merda é essa aí mudinho? Disse o delegado, olha o decôro hein! Não entendo sua língua, mas esses gestos são conhecidos! Porém o mudinho não cessava de apontar para o motorista e a moça que descaradamente não parava de sorrir. O delegado mudou de depoente. – Você ai vaqueirão! Desatola esse chapéu e diz ai o que é você e esse mudo cagão tarado fizeram? – Nada seu delegado, simplesmente nada, estamos sendo acusados pelo que não fizemos! Com autoridade voltou-se para a moça! – Eles te violentaram minha filha? – Não seu delegado! – O quê? Gritou apertando o bigode. – Não te violentaram, não são os pais do seu filho? – não. Disse calmamente. Então que desgraça é que vocês vieram fazer aqui! – Não seu delegado é que Samia achou que eles tinham feito indescencia comigo por que os dois estavam lá quando eu estava pelada ! – Mas então explica o que houve? O que você fazia pelada com dois homens. – Cadela sem vergonha! Gritou a senhora que estava ao lado velho. - Ah cala a boca mãe! Senão eu conto tudo! – tudo o quê? Perguntou o velho assustado. – Tudo pai que a mãe faz quando o senhor viaja, sabe o Nildo aquele ali dó chapelão! Ele da massagem nela pelada la no quartinho dos fundos! Eu já vi! – É MENTIRA! Disse a velha em prantos. – Sua traidora, desnaturada do capeta! – Agora as coisas começam a clarear não é? Sorriu o delegado. – Se é assim eu quero falar mais uma coisa! Pediu o vaqueiro citado pela moça. – Eu quero dizer seu delegado que essa bichona que está dizendo que se chama Samia é o Samir, que usa essa maquiagem e roupa de mulher por que é fugitivo do Presídio de Francisco Sá! É assaltante de carro forte, estelionatário e traficante de drogas sintéticas, e para completar foi amante da mãe e é atualmente é amante da filha, e come esse velho viado nas horas de folga. – Escrivão não perde nem uma letra que isso vai dar um filme. Falou contente o delegado. – Julião, passa o grampo no Borboletão do Paraguai! Então sobrou o mudo que não tem nada a ver com nada hein! – O senhor é que pensa! Disse a dona ex-amante do viado falso. – Este Mudo é matador de aluguel, que eu contratei para me livrar desse velho, mas o desgraçado descobriu e hoje os dois tem um caso, pensando que ninguém sabia. Mas eu sempre coloquei câmeras espalhadas pela casa por desconfiar que a empregada batia no meu gato. – Julião, mete o grampo no mudo de araque! Completou o delegado. – E olha seu delegado. Falou o vaqueiro. Ela estava pelada porque usou drogas e estava passando mal se não fosse eu e o mudo, ela teria morrido! – E mais pode olhar na bolsa dela que está recheada de cocaína ela é a dona do Telé-pó! – Maldito mentiroso! Esbravejou a moça já tentando escapar. – Cabo reviste a bolsa da moça! No final da revista. – Positivo delegado, a moça é portadora de grande quantidade de drogas. – muito bem cabo! – Julião passa o grampo na cadela traficante. – Ah vai passar o grampo Julião? Perguntou a moça já com as algemas. – Então olhe na bota dele seu delegado que é o maior cliente da do tele-pó! Está com cinqüenta gramas escondido na bota! – Julião mão na parede! Ordenou o delegado. – Cabo reviste o soldado! Ao final da revista. – Senhor delegado procedimento exitoso, droga encontrada conforme descrição. – Cabo passe o grampo no Julião e recolha sua arma. – Sabia que você não prestava sua filha ordinária. Tripudiou a mãe da moça se levantando para ir embora. – Obrigado minha mãe! Você nunca gostou de mim mesmo não é! Mas eu nunca teria coragem de dizer a policia que a senhora frauda a bolsa escola! Não tem filhos pequenos e recebe mais de duzentos benefícios. Completou a filha algemada. – Parada ai dona! Ameaçou o delegado. Se a senhora der mais um passo, vai dormir no Instituto Medico Legal. Escrivão pegue a identidade dela e entre no sistema. Após alguns minutos de consulta. – Positivo doutor, duzentos auxílios em seu nome. – Cabo grampeia a velha. – Chamem meu advogado! Por favor eu tomo remédio para pressão alta! Socorro! Clamou a senhora em visíveis pânicos teatrais. – Se eu vou presa não vou sozinha, este velho viado aqui, essa praga que me atrasa a mais de vinte e cinco anos é dono de uma rinha de galos e importa dessas roças aqui da região tudo quanto é tipo para brigar. – Escrivão, pega a viatura e vai averiguar! Dentro de uma hora o escrivão volta com três detidos e uma caixa de galos mortos e machucados. – Grampo no velho! Acrescentou o advogado. – Tudo bem! Falou o velho. Saiu do horto tá morto como dizem em Belo Horizonte! Vou pagar pelo que fiz, mas gostaria que se fizesse justiça não é Nildo? Porque você tem sua rinha de canários nos fundos da minha de galos! – É mentira! Protestou o vaqueiro. – Então vá lá nos fundos da minha rinha e dê dois apitos e um assovio esta é a senha! Faça isto para ver o que acontece? Falou o velho ainda com os óculos escuros. – Escrivão, volte lá e faça o que ele disse! Duas horas depois o escrivão retorna com duas mulheres detidas e varias gaiolas com canários mortos e feridos. – Cabo grampeia o chapéu de ataiar égua! Ufa! Suspirou o delegado e completou. – Se mais ninguém tem nenhuma pendência então vamos todos para xilindró, que eu preciso descansar minha cabeça! Enquanto se formava a fila indiana rumo as grades, varias viaturas da Corregedoria e da Policia Federal cercaram o prédio. Adentrando com um sub-metralhadora nas mãos o advogado que fora do mudo. – Delegado Assis Devisoga, Escrivão Norialdo Barcelos e Cabo Acenildes Parraxo e demais militares presentes nesta sala, sou o Corregedor Manoel Alves, e vocês estão presos por associação ao trafico de drogas, facilitação de fuga de traficantes, pedofilia e receptação! Deponham suas armas e considerem presos, pessoal algema todo mundo e passa a tranca. A casa caiu.