O Menino que queria ser Zumbi

- Papai eu quero ser zumbi.

Disse o menino do nada, quando ele e o seu pai dividiam a sala em frente a televisão.

E o pai de imediato repeliu.

- menino que história é essa. Isso não existe.

- Na televisão eles existem.

-É meu filho, mas é pura ficção. Na verdade é uma mistura de arte com mentiras.

- Mas pai, muita gente credita.

-Quem acredita?

- Eu acredito, meus colegas.

- Larga de ser bobo. Você não vê que esse Zumbi é um morto. E morto não volta.

- Eu sei pai, mas na televisão volta.

- O meu Deus!...Meu filho você não deve acreditar em tudo o que vê na tela dessas emissoras, pois como falei ele inventam tudo, para vender o filme.

- Eu sei pai, mas na televisão, se vê crede dental, Hambúrguer, maionese, a sua cerveja, o refrigerante, o cigarro da mamãe e o Danone da Stela. E isso tudo é de verdade.

- Certo filho. Nesse caso você está certo. Na atualidade a televisão é uma grande influência.

- Diz o que a gente deve vestir, o que a gente deve calçar, o que devemos comer, onde devemos morar, o carro que devemos usar, o que devemos beber e o que é pior, tudo isso sem fazer esforço.

- E assim, essa historia de Zumbis... Sem querer você me abriu as idéias.

- o que foi pai?

- Nós de fato não devemos querer ser Zumbis, porque não existe, mas nós somos.

- Como assim pai?... Agora fiquei confuso!

- Filho se pararmos para pensar um pouco. Tudo o que fazemos costumes, roupas, joias, juízo de valores, padrões de beleza, entre outros modismos abstraímos da televisão.

- O fato é que por não termos uma educação de qualidade em nosso país, somos vitimas desse quarto poder.

- Olha que pagamos impostos, mas elegemos cidadãos que não prezam pela coletividade. E dessa forma acabamos sendo manipulados pelo sistema. Fazemos só “o que o seu mestre mandou.”

- Por isso que te digo que somos uma espécie de Zumbi. E por isso, também que cobro de você a lição, pois você é o futuro e precisa ser de uma geração mais questionadora. Já chega dessa Democracia cocacolizada.

- É pai, refletindo, refletindo. Não quero mais ser Zumbi. De hoje em diante, vou procurar me dedicar aos estudos e procurar ser como o senhor.

- Não filho!... Não quero você como eu. Preciso de você com a sua identidade, para saber combater as ideologia que faz do povo ser o povo e não uma nação.