A mulher do vizinho

Bella era loira e tinha fascinantes olhos verdes. Tinha uma filha que lhe era colada em beleza. Casada e mal amada por um homem tosco que lhe agredia.

O vizinho nunca entendia porque aquele idiota do seu marido não a valorizava. Todos os dias a mesma cena: A mulher saía chorando de casa com o rosto vermelho de tanto apanhar na cara. Seus olhos estavam borrados pela maquiagem e roxos.

- É que tenho segredos e por isso ele me bate.

Dizia ao vizinho interessado.

- Seja qual for seu segredo, mulher nenhuma merece apanhar de homem.

Ela lhe acariciou a perna enquanto lhe pedia:

- Me ajuda... Só porque tenho um vício... Não aguento mais essa vida!

- Pode deixar que vou lá agora falar com

aquele imbecil!

- Não! Não agora! Pelo amor de Deus, não! Ele não está! Já saiu.

No outro dia o homem saía para o trabalho e batia em Bella. Chegava à noite e novamente batia.

O vizinho esperou-o em um caminho próximo a casa e indagou-se dele:

- Porque você bate em sua mulher? Cara! Você não é homem! Como pode fazer uma coisa dessas?

- E o que você tem haver com isso? Não é da sua conta!

- Escuta bem o que vou te falar! Da próxima vez que você encostar o dedo naquela mulher vai se ver comigo!

No outro dia cedo a mulher chorava com a boca cheia de sangue escorrendo. Estava só de camisola, quase nua batia na porta do vizinho. Ele ficou irado quando viu aquela beleza toda. Apaixonou-se mais. E perguntou se o danado ainda estava lá.

Chegou gritando o sujeito. Que saiu às pressas com um pau na mão para acertar o vizinho intrometido.

Em meio ao fogo o vizinho o acertou na cabeça e ele caiu. Parecia meio morto.

- Aí meu Deus! Não se mexe. E agora?

- Vou pegar um saco grande para colocar.

- Mas o que vamos fazer com ele?!

- Me passe o saco. Me ajuda aqui.

- Vagabundo! Bate agora! Não é homem?

A mulher deu-lhe um chute. Ele estava morto mesmo! Nem gemeu.

- Droga, não quer entrar dentro. Vou pegar uma corda e amarrar as pernas junto com os braços. Segura aqui!

Pegou uma pá e fez um buraco bem fundo lá no quintal.

- Mamãe! Por que aquele homem tá fazendo buraco no nosso quintal?

Perguntava a menina curiosa.

- Não é nada. Só tá vendo se acha água.

- Ah! Uma piscina? Que legal!

- É sim. Agora vai brincar, vai.

Passou o tempo, a poeira abaixou. Ninguém mais perguntou pelo homem. Sabiam que tinha ido embora para o interior a trabalho. Depois ela disse que ele a tinha deixado por outra mais bonita e jovem.

O vizinho a esta altura já estava com a loira. Planejavam tudo. E se casaram rápido. Ela era muito bonita e ele não podia perder a oportunidade. Nem se importava que Bella tinha filho. Pois havia se encantado de uma excitação extrema.

E todos os dias ele ficava pensando e sem entender porque o morto a espancava.

Virou homem trabalhador. Era de casa ao serviço e vice versa.

Foi que um dia passando muito mal resolveu ir embora mais cedo do serviço. Chegou em casa parecia não haver ninguém. A sua enteada sempre o encontrava no portão. Mas dessa vez não viera.

Passou pela cozinha e tomou um comprimido para dor de cabeça. Ouviu um barulho lá em cima. Subiu pela escada e outro barulho. Vinha de dentro do quarto. Encostou a cabeça e o ouvido na porta. E um gemido característico o atordoou. Tirou-o de seu estado equilibrado. Teve sangue frio. Foi até a varanda e pegou uma barra de ferro que deixara ali a algum tempo. Subiu só com a força que o ódio lhe dava. Chutou a porta do quarto pegando todos os quatro de surpresa. Não dando nem tempo de perguntas ou respostas.

- Vagabunda!! Lembra quando te falei que nenhuma mulher merece apanhar de homem seja qual for a causa?! Pois é. Retiro o que disse!

(Atenção: isto é uma ficção. Apesar de ter como base casos reais. Diga não a violência doméstica. Denuncie)

Geovani Silva
Enviado por Geovani Silva em 05/08/2014
Reeditado em 05/08/2014
Código do texto: T4911233
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