Confissão

Sou alguém, assim ainda acredito, que está presente numa sociedade que não concordo com seus valores e organizações. Somente fachada.

Tenho meus segredos, minhas idéias; são diferentes do comum; já tentei expressa-las, uns ouvem outros ridicularizam e outros nem ligam. O que fazer com elas? Percebi que não há necessidade de comentar, é indiferente, porque isso é a minha percepção de mundo. As pessoas não são obrigadas a ouvir. Mas, parece que as idéias querem sair, ficam a bater na porta “eu quero sair”, querem ser livres, igualmente a mim. Falar ou não falar? Talvez, o medo de ser rejeitado ou passar por louco seja uns dos motivos a escondê-las. Pode-se dizer que são como filhas para mim. Não quero que sejam ridicularizadas. O que faço de mal querendo me expressar? Não machuco ninguém. Posso esquecê-las, mas se elas forem e nunca mais voltarem? Ficarei só? Serei mais um entre outros. O que tanto lutei agora irei me render? Que confusão. Fico a me perguntar, será o que faço é certo? Terei que caminhar sozinho? E se manter algum relacionamento mais sério, conseguirei dividir? Sou um pensador livre, não me importa muito o que há de acontecer; talvez seja esse o problema, estou ficando egocêntrico. Mesmo me confessando não resolverá, não cheguei a lugar algum. Até quando permanecerá as dúvidas? Acredito que me acompanhará por toda a vida. Tenho pena de quem me acompanhará, se agüentar é claro, porque será uma jornada complexa. Não sou comum, tampouco deferente. Somente um pensador, ainda humano, nada mais.

Dionísio
Enviado por Dionísio em 19/05/2007
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