UM SOCO NA CARA

UM SOCO NA CARA

Na terra do nada,

vivia homens nus e

mulheres de smokings.

E o sangue que corria

Pelos córregos do seus corpos

Contaminaram o lençol freático

Da flor de suas peles.

Os corpos em frangalhos nas gramas dos

Parques sem bancos,

Ternos de brim,

Bim bim a campanhia tocou....

Heleno chegou,

abriu a porta de vidro

da farmácia com um chute.

Camiseta azul do cruzeiro,

bermuda listrada ate o joelho,

chinelo de borracha.

Na cabeça um capacete rosa,

na boca um cachimbo de lata,

na mão uma arma e

nos olhos a fúria, fúria e fúria

da paranoia de um jovem.

Bam bam e uma rosa vermelha

em seu peito brotou naquela tarde de Março.