O último ato

Possuo uma vida agradável, estável e com conforto. Sou chefe de família, trabalho dignamente e cuido do que é meu.

Meus negócios vão bem, estão crescendo, orgulho-me do que conquistei. Dou a minha família o que é de melhor. Não quero que passem vontade, já que posso, porque negar?

De um tempo para cá a empresa não anda bem, isso me preocupa. Tenho que manter a minha família, minha honra; não vou viver como um pobre miserável.

Passaram-me a perna, malditos! Perdi tudo, e ainda estou endividado. O que farei?

Faz tempo que estou desempregado, minha esposa está trabalhando de faxineira, como nunca precisou fazer nada, nada sabe fazer. Como é horrível sentir isso. Tudo que tinha se foi do dia para noite, vendi todos os bens para pagar as dívidas. Que angústia. O que fazer? O que fazer?

Só o que me faltava, atrasaram o pagamento de minha esposa, como vamos colocar o alimento na mesa? E as crianças. Elas não merecem. Não agüento mais. Preciso tomar uma atitude, não queria fazer isso, mas será necessário.

Vou ao mercado. Tenho que pegar algo para as crianças, não vou me rebaixar ao nível de um mendigo. Pedir esmola, nunca! E também, vou seguir o exemplo de Robin Hood tirar; tirar dos ricos para dar aos pobres.

Estou dentro do mercado. Agora o que eu consigo levar? Droga, não vou conseguir levar o que preciso. O que fazer? O que fazer?

Não agüento mais, não consigo pensar numa solução. Mas não vou deixar minha família passa por fome, jamais!

Não queria usá-lo, mas vejo que será necessário...

Consegui! Agora só preciso me esconder da polícia. Para onde ir? Para onde ir? Escuto barulho de sirenes, será que vão me achar? Estou quase conseguindo, quase...

Estou cercado. Mas não vou me render, minha família precisa da comida...

Dionísio
Enviado por Dionísio em 23/05/2007
Código do texto: T498792