SONHO DESFEITO

Na primavera do ano de 1932, era grande a euforia na fazenda “Juazeiro”, município de Santa Clara. O proprietário chamado Frederico não cabia em si de contentamento, pois nascera João, o filho tão esperado! O pai exclamava: “Já posso dizer que a nossa família está completa. Eis que o destino nos presenteou com “um menino homem”. Ah! Como eu desejava um filho para seguir as minhas pegadas de fazendeiro. Vamos avisar a vizinhança e os parentes próximos para que celebremos tão grande dádiva”.

O tempo foi passando e João crescia forte e robusto. Gostava de correr pelos campos, estar em contato com a natureza, brincar com os animais e, sobretudo, ouvir o canto sonoro dos pássaros ao amanhecer e ao entardecer.

Certo dia, o pai chamou-lhe e disse: “Meu filho, eu sou feliz. Já posso morrer tranquilo, pois sei que você cuidará do que é nosso e dará continuidade ao nosso patrimônio”. João, cabisbaixo e triste, murmurou: “Meu pai, o meu sonho é ser cantor”. Seu Frederico levou um susto! Que tristeza. Parecia que um punhal atravessava seu peito tamanha a dor, a decepção. Mas, como amava o seu filho, respondeu-lhe: “Vá meu filho e que o destino transforme o seu sonho em realidade”.

Apoiado pelo pai, João parte para a cidade grande. Aí tudo era novidade! Dotado de uma bela voz, foi contratado por um “Grupo Musical”. Alcançou um sucesso enorme até que conheceu, numa das suas viagens pelo país a fora, uma garota muito bela, mas viciada em “drogas da pesada”. Aos poucos, levado pela paixão, entregava-se ao vicio, afundando-se cada vez mais, Os amigos, o trabalho, a música, tudo fica em segundo plano. O sonho que parecia transformar em realidade cai por terra.

Mas a vida não é como a gente quer: “entre o sonho e a realidade existe um “anjo mau” que resiste ao nosso desejo”.

-Délia-

(C/ participação de Rosineide Durães)

Águia Solitária e Rosineide Durães
Enviado por Águia Solitária em 26/11/2014
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