O primeiro erro

Pureza

Naquela época o tempo corria fácil, tão facilmente e tão suavemente, que parecia dispendioso percebe- lo, eu o contava pelos desenhos que passavam na televisão. O sol sempre brilhava resplendoroso, gentil e alegre, e o amanhecer despreocupado, parecia sempre me convidar invisivelmente a uma descoberta, sem que eu me desse conta , sem que eu me esforçasse, o quintal um mundo novo e portão que dava para rua era um portal para um mundo tão enigmático ,tanto quanto desconhecido e pelo que me diziam perigoso.O passeio, a rua, aquela árvore que hoje não sei se já sabia que era uma goiabeira. Resumindo eu era puro eu era uma criança.

O primeiro Erro

Quando aquele sol de agosto começava a se esconder era um consolo, às vezes parecia que a beleza se escondia entre aquele concreto que parecia surgir ao acaso entre ruas que ele há muito já conhecia e pessoas que ele não conhecia mas com as quais já havia se acostumado e por isso pareciam comuns e opacas. Quando pensava em sua vida, nos seus objetivos e ambições, parecia que não sabia distinguir entre sonhos, pretensões, aspirações, e por isso sentia que a realidade o incomodava mais do que a outras pessoas com as quais convivia. A seus olhos, parecia que todas elas tinham um lugar no qual se encaixavam espantosamente e por isso talvez parecessem sempre mais felizes. Ao que tudo lhe indicava sentia que não poderia ir longe em suas pretensões e ambições, pois sempre sentia que quanto mais alto sonhava, mais fria era a realidade e mais quentes e sufocantes eram as horas em sua rotina tão normal. Vertiginosamente, parecia que não sabia em nenhum canto de sua alma por que dentro dela o medo e sempre se misturava com todo e qualquer sentimento que senti-se . Disto decorria que toda gota de força que ali nascesse,sempre evaporava sem conseguir chegar ao tato de seu cotidiano qualquer nano resquício desta força. Mas que a verdade seja dita, o fato é que ainda não havia tropeçado, e como todos aqueles que ainda não tentaram algo que dentro de si considerem digno de se tropeçar, é que ele ainda era uma criança interiormente.

O segundo Erro

Antes eu era um imbecil, agora sou um estúpido!

Outros erros

Quase conformado ainda existe um lamento a obscurecer a tua continua solidão, e uma possível felicidade a sempre esbarrar em alguma lembrança torna tudo uma angustia um lamento constante que insiste. Embora o sol tenha dado lugar a uma sombra se sente muito mais cansado que antes, e em sua alma hoje o desanimo tomou o lugar que antes era ocupado pelo medo. Não sabe como aquele passado um dia existiu e mais confuso ainda, é como de tudo aquilo se fez este hoje.

Denis Glauber da Silva Reis
Enviado por Denis Glauber da Silva Reis em 02/01/2015
Reeditado em 15/04/2024
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