MANHÃ SEM SOL

O dia acordou diferente, agitado...

As nuvens mal acabavam de se espreguiçar, quando o céu começou a chorar, eram choros intensos e arrepiantes gritos;

Minto, eram gemidos, gemidos que açoitavam e atormentavam os munícipes, pois, ao arredor da planície, as casas inundavam, os ventos devastavam tudo. E todos coberto de lágrimas, o céu parecia chorar...

Por entre becos das casas ouviam-se vozes horrendas e tenebrosas, das janelas mal feitas, viam-se os rostos em transformação, total desespero de quem acordou e não comeu, pois o dia furioso nasceu numa manhã sem sol. Lamentavam as crianças com as almas e estômagos famintos, choram de raiva, resmungavam,

"só pode ser maldição e agora como vamos comprar o pão!?"

A cubata do velho Mingão foi-se com a chuva

Zita chora desesperada, Pedrito está mbora a bazar, afogar...

Em coro, todos se põem a lamentar

" wawe, wawe nzambi está mbora a nos castigar... a nós nu fizemos mal algum, proque, Deusu!? "

Questionava Zeza, toda encharcada de água e lágrimas...

Pedrito foi-se, levado pela maldita corrente de água que inundou a planície...

E agora!? Como correr atrás do menino...!?

Se Nzambi está mbora nervoso...!??

2 Fev, 2015

(Merlin Magiko)

Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko
Enviado por Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko em 02/02/2015
Código do texto: T5123532
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