POESIA

A Poesia sentou-se diante Morte e Vida.

Vida encantada perguntou:

— Como podes ser tão bela e romântica?

Morte igualmente fascinada emendou:

— E ainda assim personificar tanta tristeza, pesar, luto. Coisas que por vezes são tão feias e doloridas.

Poesia lisonjeada sorriu e respondeu:

— Ora, sou a tradução daquilo que habita Morte e Vida dentro do coração dos homens. Sou aquela que rege os extremos e opostos, o material e imaterial.

As entidades riram entre si cordialmente. Inundando o universo de gozo com este instante mágico.