Promessa dos anjos

No silêncio do quarto, na penumbra da luz amarela do abajur, ela aguardava. Vestida com a camisola verde azulada, sonhava de olhos abertos.

Um sonho criado de uma visão em uma tarde perdida no tempo.

Haveria razão?

Não importava. O verde dos olhos no espelho brilhavam de expectativa e espera.

Ele.

Ela sonhava no quarto azul. Ingenuamente queria os beijos impossíveis e se imaginava tão amada como nos livros que lia.

Uma menina tola a brincar com a imaginação e a olhar o corpo que ansiava pelos abraços que os olhos dele prometiam.

De promessa em promessa os dias foram feitos.

Talvez não passassem de fantasia ou fossem como armas letais que causavam tanta inquietação.

Nunca teve dúvida.

No silêncio do quarto que criava tanta vida quanta vida poderia ser criada da desejada união, ela, perdida na solidão do mundo perfeito que criava, sonhava.

Naquelas noites de outono que se transformaram nas melhores lembranças, ela forjou um caminho.

Não haveria outro e se houvesse não traria a beleza das flores após a chuva, nem o gosto profundo do vinho ou o aroma embriagante dos lábios perfeitos.

Um caminho sem volta.

Uma vereda que levava a mundos mágicos de amor incondicional, cuidados e carinho.

Mesmo que toda a beleza que ela via, um dia fosse maculada pela tola condição humana.

Ela acreditou e por acreditar, no ocaso da vida teria boas histórias.

Os anjos então sorririam e fariam promessas.

Nova vida, diriam. E ela forte como nunca, responderia: sempre o mesmo amor.

Edeni Mendes da Rocha
Enviado por Edeni Mendes da Rocha em 17/04/2015
Reeditado em 17/04/2015
Código do texto: T5210595
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