Poderia ter sido diferente...
É... poderia ter sido diferente! Um “nós” desde o nascimento. Uma cumplicidade familiar. Mais conversas do que “não possos”, mais doçura do que competição de sentimentos. Uma amizade atenta. Poderia ter chorado menos, ao se descobrir sozinha. Quem sabe a adolescente ingênua tivesse muito mais alegrias do que a mágoa afã. Agindo sempre sem respostas, com uma vida de porcelana, pintada através das grades, tudo tão cor-de-rosa, diferente do pó da estrada. Bastou-lhe a idade chegar para se entregar ao acaso, descobrindo as delícias de um tempo sem “não podes”! O tempo voou, atropelando suas vontades e nada melhor do que o espanto, para mostrar-lhe verdades! O que antes era perfeito, tão repleto de “felicidade”, depois de tirar as lentes, foi conhecendo a maldade. Falou de amor sem rodeios, sem nem ao menos saber se quem ouvia estava inteiro para lhe receber. E assim, no dia-a-dia, foi amadurecendo rapidamente. Trocando as costumeiras lentes, por um óculos diferente. Mesmo com seus sonhos, absolutamente traídos, ainda tem uma palavra para os que se encontram perdidos!