Feito Rocha.

Um brinco ficou perdido em algum lugar daquele itinerário que começara às quinze horas em ponto, no "Escritório" e terminaria na 'encruzilhada'. O Chile empatava com a Argentina na final da Copa América daquele ano (acabou sendo campeão nos pênaltis). Era 4 de julho, fazia sol, fazia chuva, a lanterna acesa, escorregões iminentes sob um toldo... A tela da televisão brilhava acompanhando os olhares dos atentos em suas mensagens. Em uma das mesas ou mensagens, sentada sozinha numa cadeira (poderia muito bem ser feliz mesmo sentada na sarjeta ou numa rocha no deserto), uma garota bebia cervejas e olhava o sistema se mover. Mas não era simplesmente uma garota qualquer, era uma Nietzschiana daquelas da 'Vontade de Potência", com olhos de tigresa, fumando e bebendo dignamente suas cervejas, monologando, tocando, cantando, cozinhado, vendendo energia e flores ao Mundo, além de ir metendo o pé na porta da realidade. Do outro lado da rua, algumas mesas. Um cara tocava violão para sua amada, o que fez o trânsito, o vento, a chuva e a morte pararem para apreciar... As árvores, pelo que recordo e vi, choraram de tanta comoção... Suas raízes tremulavam... No "Sebo Almanaque", no "Bistrô Del Monte, leituras e loucuras... No final da noite, quando os lobos uivam, as luzes piscavam ao som das guitarras. Sentia meu ombro direito adormecido... Adormecido não de coisas doentes e paralisias quaisquer, mas por uma boca que o beijava e mordia... Dali em diante, nem o segurança, nem a desesperança, nem a ânsia nervosa de querer dar um tiro na cabeça fariam com que o Mundo parasse...

Defronte ao "Posto Fran" estacionei, abri as 'portas da percepção' e segui adiante, mesmo sem saber para onde... (pensa numa pessoa 'maluca' e multiplica por dez!).

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 05/07/2015
Reeditado em 07/07/2015
Código do texto: T5300418
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