Uma Rosa para Berlim - Salvando pessoas

Dezembro de 1939 estava muito frio. Passei a procurar

lenha nas redondezas para deixar o ambiente aquecido.

No Natal reunimos muitos pobres, judeus perseguidos e homossexuais e fizemos uma festa. Então chega um senhor calvo com muito alimento e chama meu Salvador em um canto. Conversam muito e depois o homem se dirige a todos:

- chegará uma equipe aqui e vamos levar vocês para a Suissa... espero que estejam aptos para caminhar que a caminhada será longa.

- se tiver armas poderei ir à frente para evitar surpresas.

- quem é você? - perguntou ele olhando -me.

- alguém que tem muitas horas de combate.

- ah! Sim. - e solta uma gargalhada desdenhando de mim.

Me calo e me sento em um canto.

- meu nome e é Pierre e venho da frente de resistência francesa.

- meu nome é Nina Schaffer Kohl e sou dissidente da SS.

Observo que todos me olham e então me levanto.

- sei como agem e como são sorrateiro.

- e como posso confiar em você?

- se eu quisesse te pegar o teria feito sem você perceber.

Pierre fica mudo e desconfiado. Percebo que ele não confia em mim. Mas será que eu confio nele?

Eu fiquei observando ele o tempo todo. Passamos o Natal felizes e ele sempre a me olhar com olhos desconfiados.

No dia 26 partimos rumo a Suissa como foi programado. Houve alguns combates e eu assumi a frente, servindo como Ponta de lança.

Aquele 26/12/1939 ficou marcado por eu ver

muitas crianças chorarem no deslocamento apressado

que imprimimos ao grupo. Crianças choravam e alguns

idosos nos faziam atrasar um pouco.

A noite chega e paramos para comer algo que nos

mantenha de pé. Barulho na noite nos acorda pois,

resolvemos tirar um cochilo enquanto alguns homens

da equipe ficavam de sentinela. Um, dois, vários tiros

e depois um silêncio fúnebre. Todos estavam deitados

esperando o pior quando o barulho de botas recome

ça e vejo surgir por entre as folhagens, as silhuetas

de Piotr e Ruth acompanhados de muitos guerrilheiros.

Meu coração se enche de alegria e eu os abraço.

- não podemos dormir agora- disse Piotr com preocupação no rosto- tem tropa vindo para cá.

- Estamos com crianças - falo enfática - como fã...

- Não há o que pensar - fala Ruth.

Em pouco tempo nos retirarmos do local. A vigilância

é total e caminhamos com cuidado pela noite.