O Lenhador e a Raposa

O Lenhador e a Raposa

Numa aldeia existia um lenhador que acordava às 6 da manhã e depois de tomar a primeira refeição pegava no machado e deslocava-se à floresta para trabalhar. Levava todo o dia a cortar lenha. Só parava ao fim da tarde, e quando já anoitecia é que chegava a casa.

Esse lenhador tinha um filho lindo de poucos meses, que tinha uma raposa como amiga que lhe fazia companhia. A raposa desde pequena que era tratada como um animal de estimação e o lenhador tinha nela total confiança.

Todos os dias o lenhador saía para trabalhar e deixava a raposa em casa cuidando do seu filho

Todas as noites ao retornar do trabalho, o filho e a raposa aguardavam felizes pela a sua chegada.

Os vizinhos do lenhador não confiavam na fidelidade da raposa e alertavam o lenhador dizendo-lhe: - Olhe vizinho a raposa é um bicho e como animal selvagem que é não deve estar tão confiante do seu comportamento. Portanto não esteja tão à vontade com tal animal…. Qualquer dia em que ele tenha muita fome é capaz de atacar a criança…!

O lenhador nunca lhe passara tal ideia pela cabeça e por isso discordava dos vizinhos; dizia-lhes que isso era um absurdo... Que a raposa era um animal domesticado e amigo… Depois de tanto tempo de convívio jamais a raposa faria tal coisa.

Os vizinhos insistiam: “ lenhador abra os olhos! A raposa ainda lhe vai comer o seu filho!”

Um dia o lenhador, muito exausto do trabalho e cansado desses comentários – ao chegar a casa viu a raposa sorrindo como sempre e sua boca ensanguentada…

O lenhador empalideceu e suando frio e sem pensar duas vezes desnorteado agarrou no machado e com um forte golpe acertou na cabeça da raposa. A seguir correu para o quarto onde estava o filho.

Ao entrar no quarto desesperado, encontrou o seu filho no berço dormindo tranquilamente embora ao lado do berço estivesse uma cobra morta com várias mordidelas da raposa…

O lenhador amargurado pelo seu ato precipitado que o levou a matar o animal que lhe tinha salvo a vida do filhinho bastante arrependido enterrou o machado juntamente com a raposa.

A partir desse dia jurou que ao confiar em alguém, não se importaria com que os outros pensassem a tal respeito. Seguiria o que lhe ditasse a consciência e que antes de alterar o seu procedimento seria mais cauteloso para não se deixar influenciar pelo que outros dissessem.

Principalmente em situações difíceis em que a falta de ter serenidade o pudesse levar a tomar uma decisão precipitada que não pudesse posteriormente retificada.

Gualberto Marques
Enviado por Gualberto Marques em 04/08/2015
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