Nunca beijei um cara...

É estranho dizer isso, mas é o que ocorre comigo. Perdi o BV cedo com 12 anos com uma garota, mas me sinto como se nunca tivesse beijado de verdade, pois eu gosto mesmo é de garotos, também faz tanto tempo e depois disso não beijei novamente. Então posso afirmar que é como se eu estivesse ainda intacto. E bem, com todos os problemas relacionados a minha sexualidade, só me complicou mais, eu já estava cansado dessa situação e a carência estava aumentando muito com todos esses anos acumulados sem nenhum beijo.

Surgiu uma viagem para Floripa, um lugar que sempre quis conhecer. Achei que seria uma ótima oportunidade para tirar meu atraso, já que lá é conhecido como a ilha da magia. Eu fui acompanhado de uma tia controladora e primas, nenhuma delas sabem de mim, e nem poderiam. Ficamos hospedados na casa dessa tia, em Jurerê. O lugar é lindo, cheio de casarão, uma das partes mais nobres da ilha. A praia também não fica atrás, apesar de terem alguns argentinos (e brasileiros também) mal educados que jogam porcarias na areia como bitucas e afins. Era por lá que me sentia mais livre para poder ter a oportunidade de “ouro”. Mas era uma missão difícil, eu tinha que me livrar da companhia de todos e ficar sozinho para poder ter uma chance. O único jeito era fazendo minhas caminhadas. Aí que eu tentava encontrar alguma brecha, se alguém olhava para mim de modo diferente, com algum interesse. Eu nunca fui do tipo que dá em cima, sou bem tímido para isso, que torna tudo ainda mais complicado, já que por lá não tinha nenhum lugar gay friendly, na verdade é uma praia bem família, mas eu não perdi as esperanças no começo, já que conheci a praia toda e constatei que tinha sim alguns boys magias que curtiam rapazes também, infelizmente nenhum olhou pra mim ou me deu bola...

E assim passaram os dias, eu estava literalmente padecendo no paraíso, tentando suportar a constante chatice da minha tia, afinal foi ela que ofereceu o lugar e tudo mais, me livrar das minhas primas em algum momento, e achar alguns sinais ou brechas...

Na verdade, eu estava até com um pouco de inveja de uma de minhas primas, que conseguiu dar uns pegas em um carinha bonitão e também bacana. Eu bem que queria que elas soubessem sobre mim, e que fossem parceiras nessa minha pequena missão. Mass, se tratando de uma família evangélica, e um pouco hipócrita, é difícil alguém como eu ter apoio. E infelizmente elas não eram muito diferentes da maioria. Ou seja, eu estava sozinho nessa como sempre estive...

Enfim chega o último dia de praia. Eu estava saturado e conformado ao mesmo tempo. Fui me despedir da praia com minhas inseparáveis primas, fui tentar mais uma vez caminhar sozinho, mas uma delas fez questão de me acompanhar. Nem me importei, já que não teria mais a oportunidade de beijar algum cara mesmo. A caminhada foi tranquila, mas quando estávamos voltando, decidimos parar numa barraca para comprar uma caipirinha e só nesse momento eu recebi um sinal, um bem claro para que eu não tivesse nenhuma dúvida. Um rapaz de óculos, de barba fechada, bem fofo e com corpo bacana abriu aquele sorrisão lindo, e me encarou fixamente por vários segundos, diria até que chegou a completar 1 minuto. Eu fiquei sem reação, e também não pude corresponder do modo que queria com minha prima ali do lado. O boy foi embora, mas não deixou de olhar para minha direção enquanto ia... junto com minha única chance naquela ocasião!

Conclusão: Peguei ninguém! Mas voltei um pouco mais alegrinho, sabendo que alguém interessante me notou e me quis pelo menos por alguns segundos. Nessa longa estrada da vida, eu ainda preciso me preparar para um bocado de coisa...

E da próxima vez que for pra Floripa, vou pra praia Mole, lá pelo menos eu sei que tem um ponto gay...

Lulni
Enviado por Lulni em 29/02/2016
Código do texto: T5558617
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