TRÊS TEMPOS - cpt 1

LIVRO - TRÊS TEMPOS

...A primeira versão deste, foi escrito em 1990 - a mão e, em vários cadernos, reeditado e atualizado agora em 2016 e, sendo disponibilizado capítulo por capítulo, para as primeiras leituras e, criticas, uma das obras de ficção, de minha autoria...

CAPÍTULO 1

O LEILÃO

Yokko Hiroshi era presidente fundador da Fogo & Ação, um conjunto de lojas muito conceituada e especializada em fabricação e comercialização de armas e munições. Um homem muito incomum e atípico. Bem alto, de físico atlético e definido, olhos negros e de expressão marcante, cabelos volumosos, muito lisos, partidos de lado, corte repicado e, levemente voltados para traz.

Descendente direto de japoneses, se estabeleceu ainda jovem como imigrante nas Américas e, residiu em Los Angeles por 20 anos, sem abandonar os costumes e tradições de seu povo. Homem inteligente, íntegro, de caráter impecável, no que se diz respeito ao moral, ao social, e, ao politicamente correto, entretanto, apesar de ser sobreo, centrado e precavido, era um romântico incorrigível, cheio de criatividade e artimanhas de conquista, e isso, foi o que sempre lhe trouxe, muitos... muitos problemas pessoais.

Yokko, era seguidor e praticante assíduo das artes marciais, e, um grande admirador da cultura americana antiga. Em seus trinta e sete anos de idade, ainda vivia um grande dilema, o de, apesar de todo seu talento na arte da conquista e de seus inúmeros e tumultuados relacionamentos, ainda não ter conseguido se estabilizar emocionalmente, já que este, era o seu desejo mais profundo. Para ele, formar uma família, ter filhos, era fundamental, era imprescindível, era tudo que lhe faltava. E, nessa sua constante busca pela companheira ideal, acabou por conquistar, entre seus amigos a fama indesejada de o implacável. Já que ele, nunca andava sozinho, e, estava sempre com uma garota diferente a seu lado. Porém, entre as mulheres, também acabou ganhando lá sua fama, não tão indesejada, de fato, um apelido carinhoso, só compreendido, pelas garotas que já haviam caído em sua graça, Yokko o Big In, ....

Um dia, em um leilão de antiguidades, ele, inexplicavelmente, se encantou por uma peça e, se empenhou muito em arremata-la. Era um baú muito curioso, que, sem um motivo aparente, instigava a sua cobiça, de uma forma até, inexplicável.

Era um baú antigo, de aproximadamente um metro de comprimento por meio de largura e setenta centímetros de altura, todo trabalhado a mão com entalhes tribais, entalhes também muito incomuns, e em couro de búfalo. Esse artefato, possuía muitos detalhes em alto relevo, alguns, destacando o nome Aykkel. A princípio, ele nem deu tanta importância a estas peculiaridades, mas, ao examiná-lo cuidadosamente, já em casa e com tempo sobrando, acabou descobrindo um fundo falso onde, estava escondida, uma fotografia antiga, amarelada e apagada pelo tempo, foto esta que, o deixou ainda mais curioso. Yokko então, procurou um, especialista em recuperação de fotografias que, com o auxílio de computadores, além de recupera-la, deu-lhe cor e nitidez, revelando novos detalhes que, aguçou ainda mais a curiosidade desse nosso belo e implacável Big In.

Era a foto de um garoto, de aproximadamente 17 anos, baixo, muito magro, trajando uma veste branca com longas franjas nas laterais, tanto da calça, quanto da jaqueta e, um bonito chapéu de abas largas que, deixava à mostra, parte de seus cabelos lisos e negros. Seus grandes olhos azuis, de expressão forte, enigmático e, misterioso, também chamavam muita atenção. O restante de seu rosto, trazia encoberto por um lenço escuro, talvez para protege-lo dos ventos ou da poeira, muito visíveis na foto. Percebia-se um brilho reluzente no lado esquerdo do peito. Suas mãos, estavam encobertas por luvas. Uma, segurava as rédeas que guiavam o magnifico corcel branco, já a outra, ele trazia, levemente apoiada sobre o coldre.

Muito intrigado, Yokko levou a fotografia a um velho amigo, e, historiador de renome, Deniel Loguart que, depois de alguns dias de pesquisa, disse a ele que, a fotografia retratava um xerife, que surgira do nada em 1830, na pequena cidade de Rio Bravo, na região de Arianópolis, na América do Sul. Essas informações, eram por demais contraditórias, seus conhecimentos desse período da História, não batiam, em nada, com essas novas informações, se é, que poderia levar isso como informações, poderia se tratar apenas de lenda local, principalmente por ser uma história passada na américa do sul...

_ todo mundo sabe que, em meados do século 19, as únicas terras ocupadas pelos americanos ficavam restritas as áreas onde hoje ficam Califórnia, Nevada, Utah, Texas, Arizona e Novo México e que, o primeiro impulso para além do Mississipi veio com a descoberta de ouro na Califórnia, em 1848. Muito depois, o oeste americano começou a ser povoado para valer. Mas, na América do Sul?

Pensava ele, enquanto ouvia todo o relato, queria saber tudo sobre essa história, mesmo que não fosse de tudo, uma verdade.

O nome do tal xerife, era Aykkel e, apesar de ser ou parecer, muito novo, e de físico bem franzino, se tornou rapidamente a maior lenda viva da época e da região em questão, por sua coragem, determinação e ousadia. Considerado um homem fora de sua época, por suas façanhas. Era temido e respeitado em todo o território e, mesmo que, ninguém soubesse nada sobre ele, acabou conquistando rapidamente, todos os seus habitantes, fossem brancos ou não, com seu jeito estranho de lutar, sua enorme perícia com as armas...

_ outra coisa muito incomum, todo mundo sabe que, na média, os cowboys eram bem ruins de tiro. Nada...nadinha de nada a ver, com o que aparece nos filmes de faroeste....

...Yokko, continuou a confabular com seus botões, enquanto ouvia o resumo...

... e por estar sempre cercado por animais que, pareciam compreender tudo que ele dizia, diziam também, sabe-se lá o porquê, que ele viajava com o vento. E que, da mesma forma que, um dia apareceu, um dia, simplesmente desapareceu, sem deixar vestígios de seu paradeiro.

As únicas coisas que comprovavam sua existência, eram mesmo, todos aqueles pertences pessoais, que estavam guardados no tal baú, descoberto em 1910 cujo cada item fora leiloado separadamente. Yokko então, mesmo com todas as dúvidas e contradições, e, sem conseguir explicar o porquê de seu súbito fascínio pelo tal xerife e sua história, pediu a seu amigo, Deniel, que fizesse uma lista de todos os itens do baú e, se possível, descobrisse o nome das pessoas que os adquiriram. Ele estava de fato intrigado, não sabia se pela história, se pelas contradições ou se, pelo fato de tudo ter se passado na América do Sul, já que toda essa coisa de Faroeste, se deve a conquista do oeste da América do Norte, mais especificamente, a conquista de todo o território, até então, selvagem, a oeste do rio Mississippi, e, esse respingo, ao norte da América do Sul, era um conteúdo totalmente novo, inusitado e, inacreditável. Essa, era a primeira vez que havia ouvido tais relatos. Deniel, também esboçou tais preocupações e, ponderações, no entanto, seu total entusiasmo por essa nova versão dos fatos, também era, escancarado e visível e, mesmo que Yokko não quisesse ir a fundo nessa investigação histórica, certamente ele iria.

Aléssya
Enviado por Aléssya em 04/06/2016
Código do texto: T5657175
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